A inflação tem corroído o poder de compra do consumidor brasileiro, que faz o que pode para se adaptar a nova realidade de evolução de preços. Além de postergar o consumo de produtos supérfluos, as idas aos supermecados também caíram, em média, 9%. Porém, como houve um o aumento do valor do tíquete médio na mesma proporção, o setor entende que esse comportamento é resultado da tentativa de evitar as compras de impulso.

Isso mostra que as pessoas estão tentando fazer compras mais racionais a fim de adequar o consumo ao salário, afirma o superintendente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Valmor Rovaris.

Os últimos dados do Instituto Nilsen apostam em uma redução de 20% no consumo de eletroeletrônicos, bazar e têxteis, nas vendas do primeiro semestre deste ano, frente a igual período do ano passado. Rovaris alerta para que no caso dos eletros, parte da queda pode estar associada a antecipação de compras destes itens realizada no ano passado em função da Copa do Mundo, que foi disputada no Brasil. Não dá para dizer que essa queda se deve exclusivamente a elevação de preços, diz.

O levantamento Pulso Brasil, realizado em maio e divulgado pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ontem, também aponta que a inflação está alterando o consumo das pessoas. 

Cerca de 51% dos entrevistados afirmaram que trocaram as marcas usualmente consumidas por marcas mais baratas, 41% trocaram os consumo por produtos mais baratos,27% reduziram a alimentação fora de casa, 12% reduziram a utilização de serviços pessoaism 5% trocaram o meio de transporte.