SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-secretário de Justiça americano Eric Holder disse que “existe a possibilidade” de o governo americano fazer um acordo para permitir a volta de Edward Snowden aos Estados Unidos.
A Casa Branca nega qualquer relaxamento de pena ao ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional (NSA), responsável pelo vazamento de documentos confidenciais sobre a espionagem do órgão em julho de 2013.
Em entrevista ao site Yahoo News na última segunda (6), Holder afirmou que as descobertas de Snowden colocaram os EUA “em um lugar diferente” e “levantaram o necessário debate” sobre o monitoramento de telefones e dados.
O ex-secretário considera ser possível um acordo com a defesa do delator da espionagem, levando até a uma redução de pena. “Certamente acho que há base para uma resolução em que todos ficariam satisfeitos.”
Holder, porém, não comentou como esse acordo poderia ocorrer. Também não se sabe se a entrevista seria um sinal da mudança de atitude do governo do presidente Barack Obama.
A possibilidade de acordo foi rapidamente desmentida por Melanie Newman, a porta-voz da atual secretária de Justiça, Loretta Lynch. “Nossa posição sobre trazer Snowden de volta para que seja julgado não mudou.”
ACUSAÇÕES
Durante a fuga de Snowden para fugir das acusações, o governo americano pediu sua extradição sob a acusação de roubo e transferência de propriedade do governo e espionagem. Se ele fosse condenado, poderá pegar até 30 anos de prisão.
Devido às acusações, o ex-prestador de serviços da NSA ficou mais de 40 dias retido na área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou. Ele deixou o local após a Rússia lhe conceder asilo temporário.
Em janeiro de 2014, quando ainda estava no Departamento de Justiça, Holder havia defendido um acordo com a defesa de Snowden para permitir sua volta aos Estados Unidos. Na época, porém, ele descartava qualquer redução de pena.
O advogado americano do delator, Ben Wizner, disse que a solução negociada seria bem-vinda. “Isto é significante. Eu não acho que tenhamos visto ainda este tipo de manifestação de ninguém no gabinete”.