Neste ano, tenho evitado utilizar este espaço para falar e criticar as coisas erradas feitas pelo Trio de Ferro. Entretanto, diante de tantas atitudes que machucam os nossos torcedores, não posso me furtar de dar a minha opinião.
Sempre que começa o Brasileirão, a imprensa nacional coloca a dupla Atlteiba como virtuais rebaixados para a Série B. Para o Paraná Clube, pelos recorrentes problemas financeiros, que aumentam a cada ano, sobra apenas a ideia de que seja um coadjuvante da competição e que fique pelo meio da tabela.
No caso do Atlético, a tese de rebaixamento ficou mais evidente depois do péssimo Campeonato Paranaense. Pela grandeza atleticana, é impensável e inadmissível que o clube corra risco de ser rebaixado no certame local.
O Coritiba é vitima desses comentários pelo seu histórico. Mesmo que tenha surpreendido a muita gente ao ser finalista duas vezes da Copa do Brasil, faz muito tempo que entra no Brasileirão apenas com o objetivo fugir da Série B.
O Paraná Clube foi mal no estadual, não conseguiu chegar às semifinais, trocou de presidente, de treinador, montou um grupo gestor e tenta ressurgir. Logo, o sonho de voltar à elite deve ser adiado por mais um ano.
Também não via muitas qualidades no Atlético, com aquele comando e aquele grupo de jogadores que jogaram o Torneio da Morte. Jamais teria um time para postular vaga no G4 e assim voltar a disputar uma Taça Libertadores de América. O time mudou, o treinador é outro, ainda não estou convencido que Milton Mendes é o nome ideal, mas ele está suportando bem as pressões e dentro de casa tem dado conta do recado.
Então, como todos os jornalistas são chamados a opinar e o fazem geralmente no início das competições, a minha opinião era muito parecida com a maioria. No entanto, fui muito cobrado por essa minha opinião, principalmente no inicio do campeonato, quando o Atlético figurou entre os primeiros.
Agora a preocupação central passa a ser o Coritiba. Dado a uma bagunça interna generalizada, briga para fugir da segunda divisão. Infelizmente para o torcedor coxa-branca, o seu time está à deriva. Não tem presidente, não tem Conselho Deliberativo e, pior, não tem quem entenda de futebol. Na ânsia de mudar, entregaram o clube nas mãos de pessoas despreparadas que agora estão no poder e não sabem o que fazer com ele. São incompetentes para administrar um clube.
Tenho dito insistentemente que mudanças são bem vindas, desde que para melhor. De nada adianta entregar o clube nas mãos de curiosos e/ou aqueles que eu chamo de “acadêmicos do futebol”. Aliás, o Coritiba está recheado de uns “entendidos de futebol” que afugentaram pessoas que poderiam ajudar a tirá-lo do buraco que se encontra.
Depois da eleição, a nova equipe teve uma ideia muito boa. Já que não sabiam nada de futebol, contrataram um gestor para aprender com ele. Porém, forças internas ocultas não deixaram o rapaz trabalhar.
A administração do futebol não se aprende no sofá de um apartamento. Tampouco jogando videogame. Para trabalhar nesse esporte, tem de viver por um bom tempo o dia-a-dia. Conversar muito e estar próximo de pessoas que viveram o futebol. O Coritiba não tem isso. E algo está errado porque todos os convidados declinam do convite.
É incrível, mas o Coritiba é um clube que possui em suas fileiras nomes importantes, profundos conhecedores de futebol e que já deram e poderiam ainda dar muito contribuição. Por esse motivo pergunto aos acadêmicos do futebol do Coritiba: Jairo, Tostão, Tobi, Capitão Hidalgo, Claudio Marques, Edson Borges, Aladim, entre outros ídolos, não têm experiência suficiente e não poderiam ensinar a vocês como trabalhar no futebol? Obviamente, teriam. Seriam muito úteis ao Coritiba. Mas eles não são chamados para nada, nem para uma simples conversa no Couto Pereira. Então, amigos, vocês vão de mal a pior. A segunda divisão é logo ali.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo