O acompanhamento da transição dos alunos do 5º para o 6º ano, quando há mudança da rede municipal para a estadual de ensino, será estendido para todas as cidades do Paraná. Hoje essa experiência bem sucedida é feita apenas em Curitiba.

Na capital, a criança que sai da escola municipal vai conhecer a escola estadual onde dará continuidade aos estudos, onde é recebido pelos novos professores e colegas. Isso o familiariza com o novo ambiente e suaviza o impacto da mudança.

Em junho de 2014 foi criado formalmente um grupo de trabalho colaborativo com representantes das equipes da Secretaria de Estado da Educação e da Secretaria Municipal de Educação de Curitiba.

A experiência acontecia desde 2012, de forma informal na capital paranaense, com as duas secretarias trabalhando em conjunto. Agora esse trabalho de colaboração será estendido para todas as cidades. Essa é uma das estratégias do Plano Estadual de Educação do Paraná (PEE-PR) para melhorar a qualidade do ensino no Estado.

ARTICULAR PARCERIAS – Dentro da meta 2 do Plano, a estratégia 2.7 aborda especificamente o tema da transição dos alunos e esse planejamento integrado entre Estado e municípios.

A estratégia diz o seguinte: articular e formalizar parcerias entre Estado e municípios na oferta de formação continuada aos profissionais do magistério que atuam com estudantes em processo de transição do 5º para o 6º ano, orientando e subsidiando, teórica e metodologicamente, o planejamento das práticas pedagógicas.

COMO É FEITO – No ano passado, todas as escolas estaduais e municipais de Curitiba participaram do trabalho de transição de alunos do 5º para o 6º ano. No início do ano letivo de 2015, durante a semana pedagógica nas escolas estaduais, um dia foi dedicado à aula inaugural para os estudantes que saíram do 5º ano.

Os alunos que saiam das escolas municipais, junto com pais e responsáveis, foram até a escola estadual para se familiarizarem e conhecer o novo ambiente, a equipe pedagógica, os professores, os colegas, a organização do estabelecimento e para que se sentissem bem aceitos.

Em Curitiba, todos os anos, cerca de 17 mil alunos fazem a transição. Acreditamos, e muitos outros profissionais da educação também acreditam, que esse trabalho é significativo para que tenhamos melhores encaminhamentos pedagógicos, afirmou Maurício Pastor dos Santos, coordenador dos trabalhos de planejamento integrado entre Estado e municípios.

RESULTADOS – No Colégio Estadual Ângelo Volpato, no bairro Santa Felicidade, em Curitiba, o trabalho de transição já surtiu efeito nos 64 alunos das três turmas de 6º anos da escola. A estudante Yasmin da Costa Leite, de 11 anos, estudava até o ano passado na Escola Municipal dos Vinhedos e passou pelo processo de transição com visitas feitas no colégio onde estuda este ano.

Foi bem legal a reunião sobre a transição, os estudantes fizeram um teatro. Apresentaram como funciona a escola, falaram sobre várias coisas que iríamos encontrar estudando aqui. Lá na minha antiga escola nos erámos as maiores e agora somos as menores do colégio. Antes eu só tinha uma professora e agora tenho um professor por matéria, é bem diferente, contou Yasmin.

Para o estudante Allan Rafael Zamilian de Andrade, 11 anos, a mudança na rotina também foi grande. Tem muitas mudanças de uma escola para outra, agora temos mais aulas e professores, mas já me acostumei bem aqui, disse.

A aluna Liriel Camilly Braz, 12 anos, explicou que na Escola Municipal Nympha Maria da Rocha Peplow, no Vista Alegre em Curitiba onde estudava, já conhecia todo mundo e agora está fazendo novas amizades. A mudança também aconteceu na rotina de estudos, agora com mais conteúdo para aprender. Antes eu levava pouco material para casa e hoje todo dia tenho coisas para estudar em casa. Quando eu entrei aqui no Ângelo Volpato, achei que não ia me adaptar, mas hoje já estou bem acostumada, afirmou Liriel.