O impacto causado pelas Hepatites Virais na população e sistemas de saúde pelo mundo é gigantesco. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que cerca de 3% da população mundial pode estar infectada com o vírus da hepatite C. Estima-se que cerca de 170 milhões de pessoas estejam cronicamente infectadas, e destas, cerca de 350 mil morrem, por ano, no mundo. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), 1,5 milhão de pessoas convivem com a hepatite C.

Hoje é marcado pelo Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais, que tem por objetivo atrair a atenção da população, incentivando o diálogo e alertando sobre a importância dos exames para identificação das doenças. E a hepatite C, a forma mais grave da doença, que passou a ter diagnóstico só a partir de 1993, é dos focos de campanha lançaa pela saúde.

As hepatites virais consistem na inflamação do fígado e são causadas, principalmente, por cinco tipos de vírus (A, B, C, D e E), explica Tércio Genzini, hepatologista da Beneficência de São Paulo. Algumas delas podem agir silenciosamente por décadas sem a manifestação de sintomas e, quando o diagnóstico é feito tardiamente, o paciente pode apresentar um quadro avançado de cirrose ou câncer no fígado, completa.

As hepatites virais B e C são as mais comuns dentre todas, que vão até a letra G (exceto F). Elas são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, sendo uma das principais causas de transplante hepático. Os vírus B e C podem causar inflamação crônica do fígado, normalmente sem sintomas, evoluindo para cirrose hepática e câncer no órgão.

Nova terapia — Uma nova terapia que aumenta as chances de cura e diminui o tempo de tratamento aos pacientes com hepatite C estará disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) até dezembro deste ano. O novo tratamento vai beneficiar cerca de 30 mil pessoas nos próximos 12 meses. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro.


Rápida

Opções
A maioria dos tipos de hepatite não tem vacina para prevenir o contágio, mas já existem opções de medicamentos para tratamento. Em abril, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou o registro do quarto remédio contra a hepatite C no país. No entanto, a prevenção e a informação ainda são as melhores maneiras de afastar essas doenças e manter a saúde do fígado. Ao saber como é possível se contaminar, as pessoas podem se prevenir e cuidar de sua saúde, diz a médica infectologista e epidemiologista do Hospital VITA, Marta Fragoso.


Sabia?

Quais são os sintomas?
Os sintomas surgem de 15 a 45 dias após contato com o vírus e, geralmente, causam pele e olhos amarelados, além de urina escura e fez claras.

Normalmente, os primeiros sintomas da hepatite são:
– Perda de apetite
– Enjoo, vômito
– Cansaço, mal-estar
– Dor de cabeça e fotofobia
– Dor nos músculos e articulações
– Tosse e faringite

Como prevenir o contato com o vírus?
– Usar preservativo em todas as relações sexuais
– Exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de piercings e tatuagem
– Não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure
– Não usar lâminas de barbear de outras pessoas
– Não compartilhar agulhas, seringas e equipamentos para drogas.

Além dos exames preventivos, é essencial que as vacinas estejam em dia, pois elas são aliadas na prevenção contra as hepatites A e B, afirma Dr. Tércio. A carteira de vacinação deve ser reforçada a cada cinco ou dez anos, dependendo do título de anticorpos do paciente, reforça o especialista.

Qual é o tratamento?
– Ir ao médico regularmente e realizar exames de rotina pelo menos, a cada seis meses, é o ideal para identificar e tratar a hepatite adequadamente e impedir a progressão da doença.
– Atualmente, as hepatites têm tratamento e cura mais de 90% das pessoas infectadas, com medicamentos de alta eficiência e poucos efeitos colaterais ou, se necessário, com transplante de fígado.