Vou contar uma pequena e importante parte da minha história na Rádio Transamérica de Curitiba, para chegar onde quero. Em 1999, fui promovido pelo diretor Rogério Afonso a coordenador artístico das rádios Transamérica Pop FM, Light FM e Hits AM. Depois a Hits foi para o FM, mas não fiz parte da coordenação desta, somente ajudando na implantação. Em 2001, o diretor disse que teríamos que implantar uma equipe de esportes na Transamérica Pop. Muito ligado à música relutei, mas comecei os estudos, montei o projeto e o Rogério aprovou. A idéia era mudar a história das transmissões esportivas. No começo, uma aposta ousada. Normalmente as rádios eram AM, no estilo tradicional e seria complicado entrar neste mercado. Rogério então foi conhecendo os profissionais da área e montando a primeira equipe. Ficaram sob minha responsabilidade, além da coordenação das rádios, toda a área artística, produção, transmissão, o humor, além de apresentar o programa Transamérica Esportes junto com quem fosse contratado para âncora. A equipe foi montada e fizemos as primeiras reuniões para explicar como iria funcionar a parte plástica. Não foi 100% aceita por todos da equipe, demorou um pouco até chegarem os primeiros resultados expressivos que pudessem trazer repercussão e os patrocinadores que esperávamos.

Voltando ao início, a bela equipe que eu tinha nas mãos antes de surgir o Transamérica Esportes nunca tinha feito crônica esportiva. Éramos especialistas em música, produção artística e humor… muito humor. Uma equipe louca e muito qualificada para fazer rádio jovem. Meus grandes amigos até hoje. O diretor Rogério Afonso contratou a dedo os narradores, comentaristas, repórteres. Depois da equipe fechada, apareceu no último momento esse cara, que estava na CBN e não quis aceitar a proposta já de imediato. Ele primeiro queria saber como era o projeto e quem estava na equipe. Ele chegou à recepção da rádio e eu estava no ar, ao vivo.
O vi pela janela do estúdio, fui dar um ôi. Ele disse saber quem eu era (o carinha do Som Iguaçu e da Transamérica). Eu também já o tinha visto na TV, na Feira de Mídia, ouvido na CBN, mas não sabia ao certo se ele era bom. O Rogério queria contratá-lo. Já escrevi acima, eu era mais ligado à música. Quando ele entrou na sala do Rogério, entrei junto na primeira conversa e depois que ele foi embora, disse ao Rogério que ele estava certo em querer o cara para a nossa equipe. Ele pensava exatamente como eu e disse que se fosse para implantar um projeto de esportes na Transamérica, não poderia ser normal, igual às rádios que existiam. Adorou o projeto. Esporte, música, muito efeito sonoro e humor… muito humor. Tô dentro, mas com algumas trocas na equipe, se não estou fora. Foram duas para ser exato.

O jornalista Alexandre Zraik me ajudou na tarefa de fazer a equipe acreditar que aquela loucura de juntar a bagunça da minha escola do humor no rádio, produção artística e a sua especialidade, a crônica esportiva, poderia dar certo. Não foi fácil, mas foi o que aconteceu. Tem muitas outras pessoas que eu lembro que me ajudaram direta e indiretamente, mas ele teve papel fundamental, Ele me ensinou a fazer crônica esportiva. Eu dei algumas dicas de rádio jovem a ele. Quando deixei a Transamérica em 2005, deixei lá um case de sucesso, que foi copiado por muita gente no país, está no ar até hoje, dia 29 de julho, 11 anos depois que o Ale se foi. Obrigado Alexandre Zraik, onde quer que você esteja.

Mauro Mueller é apresentador do Show de Bola da Rede Massa, radialista e ator