Os dois empresários detidos na 16ª fase da Operação Lava Jato, na terça-feira, 28, farão exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), que é praxe após a prisão nesta quarta-feira, 29. Othon Luiz Pinheiro da Silva, diretor-presidente licenciado da Eletronuclear, e Flávio David Barra, presidente global da AG Energia, ligada ao grupo Andrade Gutierrez, foram detidos no Rio de Janeiro e estão presos na carceragem da PF, na capital paranaense.

Os dois são investigados por lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção nas obras da usina nuclear de Angra 3, localizada na praia de Itaorna, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Ainda de acordo com a PF, como o prazo da prisão temporária deles vence no sábado (1º), também há uma programação por parte dos delegados para que a dupla seja ouvida também nesta quarta. Contudo, a PF não informou o horário.

A prisão temporária pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado. Othon é suspeito de ter recebido R$ 4,5 milhões em propina entre 2009 e 2014 da Engevix e Andrade Gutierrez, também investigadas pela Lava Jato, para favorecê-las em licitações das obras de Angra 3. A empresa foi criada em 1997 para operar e construir usinas termonucleares e responde hoje pela geração de cerca de 3% da energia elétrica consumida no país.

Ainda nesta terça-feira, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, determinou o bloqueio de R$ 60 milhões. De acordo com a solicitação do juiz, devem ser bloqueados R$ 20 milhões de Othon Luiz Pinheiro da Silva, o mesmo valor do executivo da empreiteira Andrade Gutierrez Flavio David Barra e outros R$ 20 milhões da Aratec Engenharia, Consultoria & Representações Ltda, que pertencente a Othon.