ANGELA BOLDRINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cantora paulistana Iara Rennó lança, nesta quinta-feira (30), no Comuna, no Rio, seu livro “Brasa Carne Flor” (ed. Patuá).
Com prefácio de Xico Sá, ‘Brasa’ é seu primeiro livro, e traz, em 140 páginas, poemas eróticos escritos por ela ao longo de um ano. “Quando eu tava no segundo poema, tive uma sensação clara: estou escrevendo um livro de poesia erótica”, conta ela, que diz que o primeiro texto do volume, “Noite Clara Depois da Primeira Noite” foi realmente o primeiro que escreveu.
Depois do primeiro poema, os outros que compõem a obra, dividida em sete tomos (inclusive o infame “Tomo (no) Quarto”) foram escritos, segundo ela, ao longo de um ano, de março de 2013 a março de 2014.
Na hora de publicar, ela havia pensado em usar um pseudônimo, mas desistiu, para não separá-lo de sua carreira musical. “Quando mandei texto pro Xico Sá ele me deu a maior força, disse para eu não desistir e disse ‘isso é muito você’.”
Publicado o livro, Iara decidiu então fazer uma performance multimídia para seu lançamento em São Paulo, no dia 25 de junho, no Espaço Cult. Para isso, chamou artistas como os músicos Arnaldo Antunes e Arrigo Barnabé, a poeta Alice Ruiz, a cantora Tetê Espíndola, entre outros, para ler algumas de suas poesias.
“É muito diferente de fazer um show, algo que eu já estou acostumada, com saber que as pessoas vão me ler, vão manusear aqueles poemas”, diz Iara. “Por isso, fiquei curiosa pra ver como eles soariam na boca dos outros. Iara na boca dos outros.”
Sobre o resultado, colocou efeitos, fez sobreposições, fundos. Depois, organizou, com a artista plástica Ana Turra, um roteiro para uma performance cênica de cerca de 20 minutos, que fez ao vivo em São Paulo. No Rio, a performance ao vivo, no entanto, não deve se repetir.
DESENHO NO PAPEL
Iara conta que, desde o lançamento do livro, já fez duas músicas com poemas retirados dele. “Algumas poesias são extremamente musicais e musicáveis, tem o ritmo, tem a coisa da aliteração, da rima interna.”
Ela, no entanto, diz considerar os dois processos -de escrever uma letra de música e um poema- bastante diferentes. “Quis pensar no poema escrito, no desenho que forma no papel, como a poesia concreta. A música veio depois, embora haja vários jeitos de escrever pra música também.”

BRASA CARNE FLOR
AUTORA Iara Rennó
EDITORA Patuá
QUANDO quinta-feira (30), às 20h
ONDE Comuna, r. Sorocaba, 585, Botafogo
QUANTO R$ 35 (140 págs.)