A revisão periódica dos veículos, além de prevenir acidentes por falha mecânica, também evita gastos maiores com manutenção. A orientação é do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran), que recomenda que a manutenção preventiva dos principais itens do veículo seja feita a cada 10 mil quilômetros ou seis meses, incluindo a troca de óleo que varia de acordo com a especificação do fabricante ou tipo de produto utilizado.

O Detran faz esse alerta porque o custo de manutenção dos veículos vem aumentando. Em Curitiba e Região Metropolitana subiu 4,23% nos últimos seis meses. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de janeiro a junho a variação acumulada para manter carro próprio foi acima do registrado no mesmo período de 2014, quando o índice ficou em 3,79%.

Apesar desta alta no preço de itens relacionados a manutenção, reforçamos a importância de manter o carro em bom estado. Grande parte dos acidentes ocorrem por falhas mecânicas ou itens em mal estado de conservação. Isso pode ser evitado com a ação preventiva, alerta o diretor-geral do Detran, Marcos Traad.

Para o economista do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Ipardes), Francisco José Gouveia de Castro, a variação é o resultado do setor de serviços, que impulsiona a inflação e, por isso, eleva o custo para manter veículo próprio.

O setor está puxando mais o índice de inflação devido ao seu peso. As pessoas deixam de fazer alguns serviços, como a manutenção de veículos, para suprir necessidades básicas como alimentação e contas de consumo, explica.

LAVAGEM E PNEUS – Lubrificação e lavagem, que vinham com índice em queda de 0,72% no último ano, subiram para 7,37% no primeiro semestre de 2015. Já os pneus apresentaram índice negativo de 1,96% entre janeiro e junho de 2014, e, neste semestre, subiram para 7,14%.

Cada pneu de modelo convencional recomendado pelo fabricante custou R$ 230. Por ser um item essencial para ter segurança ao dirigir, não pude esperar para trocar, afirma o curitibano Rafael Lidio Grein, que comprou quatro pneus novos de uma só vez.

Acessórios e peças variaram de 4,82%, em 2014, para 8,20% no primeiro semestre de 2015. Houve alta também no óleo lubrificante, que passou de 2,12% nos seis primeiros meses do ano passado para 3,60% neste ano.

Entre todos os itens listados para manutenção de um carro na Capital paranaense, somente o conserto aparece como exceção: a variação no primeiro semestre de 2015 foi de 4,77%, índice menor do que o registrado em igual período de 2014, quando chegou a 6,32%.

AQUISIÇÕES – A pesquisa do IBGE também cita a aquisição do carro novo, que ficou 9,41% mais cara na capital paranaense nos seis primeiros meses de 2015, na comparação com o primeiro semestre de 2014, quando o índice foi de 4,30%.

Em contrapartida, os carros usados registraram variação de 3,86% de janeiro a junho de 2015 – índice pouco maior do que aquele medido no ano anterior, com 3,48%.

 

Freios

De acordo com o Observatório Nacional de Segurança Viária, o fator humano é responsável por quase 90% dos acidentes e a manutenção, por depender da ação do proprietário, está entre as causas.

Um estudo feito pelo Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Paraná (Sindirepa-PR) e entidades parceiras, com 1.800 veículos em 24 cidades do Paraná e Santa Catarina, revelou que 54% apresentaram problemas no sistema de freios.

A ausência de manutenção preventiva e o fato de os motoristas só se preocuparem em realizar reparos no veículo diante de um problema específico, são os responsáveis pelo alto índice.