GUILHERME SETO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Desafiante ao título dos pesos-galos femininos do UFC em luta contra a americana Ronda Rousey neste sábado (1º), no Rio de Janeiro, a paraibana Bethe “Pitbull” Correia será a lutadora “da casa”. No entanto, por conta de duas polêmicas em que se envolveu nos últimos meses, ainda não se sabe se o público estará do seu lado na HSBC Arena.

Em março, ela se envolveu em uma confusão no Rio que terminou em troca de agressões entre seu namorado, o lutador Edelson Silva, e um taxista. As imagens da briga rodaram a internet e Bethe chegou a receber ameaças de morte. Dois meses depois, no clima das tradicionais provocações antes da luta, Bethe disse que esperava que Ronda não se matasse após a eventual perda do cinturão. A americana entendeu isso como um referência ao suicídio de seu pai e reclamou da conduta de Bethe. A brasileira pediu desculpas e disse que não sabia sobre o episódio.

Nas redes sociais, muitos dizem que torcerão para a americana por conta dessas polêmicas. No entanto, em entrevista à Folha de S.Paulo, a paraibana descarta que isso vá acontecer quando a luta começar. “Assim que começar a luta, o povo brasileiro vai ficar do meu lado, porque eu estou lutando pela minha pátria. Nós, brasileiros, nos revoltamos muito porque aqui tem muita corrupção e maldade. Mas, no octógono, eu vou dar minha vida pela minha família e pelo Brasil e todos vão enxergar isso”, afirma Bethe. Ela conta que sua preparação foi a mais intensa de sua carreira.

“Fiquei quatro meses em campo só me preparando para esta luta. Renunciei a muita coisa, me privei e os brasileiros vão ver que estou na minha melhor forma, tanto tecnicamente como fisicamente”, disse ela, que se descreve como uma “nordestina casca grossa”. Sobre a suposta referência ao suicídio do pai de Ronda, Bethe mostra mágoas com a atitude da adversária, a quem chama ironicamente de “atriz”. “A Ronda me chateia porque ela quer me colocar contra o meu país. Eu já a desafiei a mostrar em que momento eu falei do pai dela e ela não fez nada. É maléfica”, disse. “Eu tenho minha consciência tranquila. Quando alguém tem um trauma, não chama os repórteres para ficar chorando e falando dele. Acho que ela descobriu a verdadeira vocação dela, que é ser atriz”, disse Bethe sobre a americana que fez sua estreia em Hollywood em 2014, no filme “Os Mercenários 3” ao lado de astros como Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Com a possível vitória sobre Ronda, Bethe projeta a consagração absoluta, acima de qualquer provocação, polêmica ou rivalidade. “No octógono, serei uma guerreira, uma justiceira. Quando levantar o cinturão, ninguém vai xingar ou vaiar. Vou dar orgulho ao meu povo e eles irão aplaudir a minha luta.”