RAQUEL LANDIM SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A construtora Camargo Correa firmou nesta sexta-feira (31) um acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Direito da Concorrência) e vai colaborar com as investigações da Operação Lava Jato que atingem o setor elétrico.

Funcionários e ex-funcionários da empresa também participam do acordo -entre eles, o ex-presidente Dalton dos Santos Avancini, que também se tornou delator nas investigações da Lava Jato. Pelo acordo de leniência, os investigadores confessam sua participação, fornecem informações e apresentam documentos que comprovem as investigações do alegado cartel nas obras da usina Angra 3, da Eletronuclear.

Esse acordo, exclusivo para a prática de cartel, foi assinado em conjunto com o Ministério Público Federal do Paraná. A empresa já vinha negociando esse acordo há aproximadamente quatro meses. Apenas a primeira empresa a colaborar com as investigações do Cade está sujeita a uma pena mais branda.

As empreiteiras apontadas como participantes do cartel na Eletronuclear são Andrade Gutierrez, Odebrecht, Queiroz Galvão, EBE (Empresa Brasileira de Engenharia), Technit, UTC, além da própria Camargo Corrêa. Pelo menos vinte e dois funcionários e ex-funcionários teriam participado do esquema, segundo as investigações.