CLAUDIA ROLLI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Mercedes-Benz anunciou mais um período de licença remunerada para 7.000 trabalhadores de áreas ligadas à produção na fábrica de São Bernardo do Campo. O número representa 70% do total de funcionários dessa unidade. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira (31), a montadora informou que, a partir de 1º de setembro, deve fazer um ajuste no quadro de funcionários horistas e mensalistas -empregados ligados à produção e ao setor administrativo. A Mercedes não detalhou números porque diz que o tamanho do ajuste ainda está em estudo. Desde o agravamento da crise econômica, que acentuou a queda nas vendas de veículos, a montadora diz estar com excedente de 2.000 funcionários em sua fábrica. Desse total, 1.750 continuam trabalhando e 250 estão com contratos de trabalho suspensos, no sistema de “lay-off”. NÃO À REDUÇÃO Antes de o governo regulamentar a criação do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), a empresa e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC negociaram um acordo para a redução de 20% da jornada de trabalho com diminuição de 10% de salário por um prazo de um ano, em troca de estabilidade no emprego. Em votação na fábrica, 73,8% dos 7.559 trabalhadores que colocaram seus votos nas urnas espalhadas pela produção rejeitaram a proposta. No comunicado divulgado nesta sexta-feira (31), a empresa ressaltou que “lamentavelmente, a proposta foi rejeitada em votação secreta por 74% dos colaboradores da fábrica” e por isso terá de adotar novas medidas, como a licença remunerada e o ajuste no quadro pessoal. A reportagem não localizou os dirigentes do sindicato para comentar as novas medidas anunciadas.