SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em novembro, a Sabesp terá que reduzir drasticamente o volume de água retirado do sistema Cantareira e enviado para a Grande São Paulo. A decisão saiu na tarde desta sexta-feira (31) em um acordo entre o DAEE, departamento estadual, e a ANA (Agência Nacional de Águas). A ideia é fazer com que, entre os meses de setembro e novembro, a Sabesp reduza continuamente a quantidade de água retirada do maior sistema de abastecimento da Grande São Paulo e corre o risco de entrar em colapso, diante da atual seca. O objetivo é proteger o manancial. Nesta semana, a Sabesp havia conseguido a autorização de ampliar em agosto a captação no Cantareira dos atuais 13,5 mil litros por segundo para 14,5 mil litros por segundo. O aumento foi pedido pela estatal de saneamento para que se possa dar alívio ao sistema Alto Tietê, que abastece a porção leste da região metropolitana, e que teve sua captação aumentada ao longo da crise hídrica. O Alto Tietê tem 18,3% de sua capacidade e vem perdendo volume de água continuamente. Esse aumento de captação ocorreu depois que a Sabesp admitiu a possibilidade de atrasar mais uma vez a principal obra da empresa neste ano. A ligação para levar água da represa do Rio Grande para o sistema Alto Tietê chegou a ser prometida para maio. Há um mês, a estimativa de entrega era setembro. Mas nesta semana, a Sabesp admitiu a possibilidade de entregar a obra apenas em outubro. Na decisão de hoje, ficou decidido que a Sabesp terá que reduzir em 31% a captação de água entre os meses de agosto e novembro. Em novembro, a captação deverá chegar a 10 mil litros por segundo. Em sua forma atual, o sistema, que tem capacidade de captar e distribuir 33 mil litros de água por segundo, nunca chegou a uma captação tão baixa. Caso essa decisão se mantenha até novembro, ou a Sabesp terá que retirar água de outros reservatórios para suprir a parte da região metropolitana, hoje abastecida pelo sistema Cantareira, ou tenderá a aumentar a falta de água nesses lugares. A empresa declarou em nota que irá cumprir as determinações dos órgãos reguladores. A reportagem apurou, no entanto, que a Sabesp espera que até novembro, com a entrega de obras e a melhora do regime de chuvas, consiga renegociar o limite de captação.