SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Aeroporto Santos Dumont, na região central do Rio de Janeiro, abriu para pousos por instrumentos às 10h deste sábado (1). Por causa da neblina, o aeroporto ficou fechado para pousos nesta manhã por cerca de quatro horas.
Pelo menos 10 voos, sendo oito para São Paulo, foram atrasados, de acordo com a Infraero. O saguão do aeroporto está cheio.
Até as 10h, pelo menos oito voos foram cancelados e quatro foram transferidos para o Aeroporto Internacional Tom Jobim.
As decolagem também estão atrasadas, mas os avião conseguem levantar voo com ajuda de aparelhos, segundo o Infraero. O aeroporto internacional, por sua vez, funciona por instrumentos.
FENÔMENO CLIMÁTICO
A neblina se forma em madrugadas frias e úmidas -o vapor da atmosfera se condensa e causa nuvens baixas.
O resultado para quem precisa viajar de avião pela manhã quase sempre são longas esperas, com atrasos em cadeia durante todo o dia.
Isso porque há um único aeroporto no país com equipamento que permite aos aviões pousar com visibilidade zero -Guarulhos (na Grande São Paulo), o maior do país. O sistema foi recém-inaugurado, após anos de atraso.
Rota mais movimentada do Brasil, a ponte aérea entre Congonhas e Santos Dumont é uma das maiores vítimas da neblina recorrente.
Congonhas tem um equipamento de aproximação limitado a 548 metros de visibilidade (horizontal) e 60 metros de teto (vertical).
Quando o nevoeiro baixa a níveis inferiores a esse, como nos últimos dias, o aeroporto fecha -o que resulta em aviões desviados ou no chão.
Já o Santos Dumont nem tem esse tipo de equipamento de precisão -a instalação do aparelho depende de antenas que não simplesmente podem ser instaladas devido aos morros próximos. Daí o aeroporto fechar bastante, mesmo fora do inverno.
SOLUÇÃO
De qualquer forma, se todos os aeroportos que sofrem com neblina fossem dotados dos mais modernos dispositivos de aproximação, os passageiros ainda assim teriam que continuar esperando e os voos atrasariam igual.
A explicação está no fato de que aeronaves e tripulações também precisam ser treinadas para pousos e operações nessas condições.
No caso do equipamento de Guarulhos, por exemplo, as companhias que estão habilitadas a fazer aproximações sob visibilidade zero são na maioria internacionais, acostumadas a fazer o mesmo em seus países de origem.
Por aqui, a conclusão da maior parte das empresas de voos domésticos é que não compensa financeiramente gastar com treinamento de tripulações e homologação de aviões para um fenômeno que ocorre apenas durante poucos dias no ano.
Mais barato para elas é desviar o voo, mantê-lo no chão e arcar com as despesas de assistência aos passageiros que aguardam em terra.
Isso explica o fato de você ter de esperar quando a neblina acontece. Assim que o aeroporto reabre, o que costuma ocorrer pela manhã, os voos começam a sair e a operação se normaliza aos poucos -um efeito dominó que pode durar o dia inteiro.