O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse que os deputados voltam na próxima semana depois de tomar contato com o clima de descontentamento com a situação econômica do País. Os parlamentares estão voltando das suas bases e estão sentindo o clima, como eu também volto. Eu vou voltar no fim de semana, vou e rodo e minha base e vejo efetivamente o problema que dá uma parte da revolta, afirmou. Segundo ele, há uma convulsão generalizada de vários problemas que não gera um clima bom.

A declaração ocorreu após a reunião da presidente Dilma Rousseff com os 27 governadores de estados e do Distrito Federal, na qual ela pediu cooperação deles, independentemente das afinidades políticas, contra projetos em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado que elevam as despesas públicas.

Apesar de não ter citado claramente as propostas, a presidente quer que os governadores trabalhem com os parlamentares dos seus estados para manter os vetos ao aumento do salário dos servidores do Judiciário e ao reajuste das aposentadorias e pensões do INSS acima do salário mínimo, ambas aprovadas no Congresso.

Cunha elogiou a decisão de Dilma de vetar o reajuste da aposentadoria. O veto de ontem foi correto porque a correção dada foi equivocada.

O presidente da Câmara acrescentou que “é importante que todos estejam imbuídos [da necessidade de ajuste fiscal] para não colocar despesa para os outros e tentar juntos evitar que seja aumentados gastos em especial em um momento como este.”

Restos a pagar – Para Cunha, a liberação de cerca de R$ 1 bilhão em restos a pagar de emendas parlamentares de 2014 e anos anteriores pelo governo, às vésperas do retorno dos parlamentares aos trabalhos, foi um ato normal do Executivo. Se não fizesse isso é que poderia dar uma revolta na base e causar muitos problemas. Segundo ele, era preciso liberar os recursos das emendas para não perder o empenho de obras já em andamento.