BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Oito representantes de empreiteiras e três da Prefeitura de Belo Horizonte, inclusive um ex-secretário, se tornaram réus na Justiça por suspeita de responsabilidade na queda da alça de um viaduto em julho de 2014.
O juiz da 11ª Vara Criminal da capital mineira aceitou denúncia do Ministério Público nesta segunda-feira (3) contra as 11 pessoas citadas pela Promotoria.
Elas serão intimadas a se defender. Para a promotoria, houve crime de “desabamento”, sem intenção de matar, mas qualificado por ter causado mortes e ferimentos. A pena pode chegar a 12 anos de prisão.
O viaduto Batalha dos Guararapes despencou durante a Copa do Mundo e deixou dois mortos e 23 feridos. O viaduto estava previsto para ser entregue até o início do Mundial, mas sofreu atrasos.
A denúncia cita o ex-secretário de Obras e Infraestrutura José Lauro Nogueira Terror, um diretor da Sudecap (autarquia de desenvolvimento da capital mineira), o supervisor da obra e mais oito representantes das construtoras Consol e Cowan.
No texto, dois promotores apontam erros que teriam resultado na queda da estrutura, como falta de revisão no projeto de engenharia, cálculos incorretos e “anormalidade” na retirada das vigas de sustentação do viaduto.
De acordo com a denúncia, as construtoras e a prefeitura estavam cientes das falhas e não agiram para evitar o desabamento. A Consol e a Cowan negam ter sido responsáveis pela queda.
Procurada, a prefeitura disse que aguardará decisão judicial e não se manifestará sobre o caso.
A reportagem não conseguiu localizar responsáveis pelas empreiteiras na noite desta terça (4). Anteriormente, a Consol, que elaborou o projeto do viaduto, disse que, na execução da obra, “ocorreram significativas mudanças no projeto e ocorreram problemas executivos graves”.
“Reafirmamos que o projeto elaborado pela Consol não foi a causa do acidente do viaduto Batalha dos Guararapes e que não acompanhou a execução da obra”, afirmou.
Já a Cowan dizia que “tem total confiança em seus empregados” e “convicção da inocência de cada um deles”.