Três empresas apresentaram proposta e documentação visando credenciamento para receber e dar destinação final aos resíduos sólidos domiciliares dos 23 municípios que integram o Consórcio Intermunicipal para Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) – entre eles Curitiba. As propostas serão analisadas pela comissão de credenciamento e as empresas credenciadas iniciarão a prestação do serviço em 28 de outubro, quando vencem os contratos atuais.

Das três empresas interessadas, duas propõem receber resíduos em aterros sanitários – os mesmos para onde já é destinado o lixo dos municípios do Conresol. A Essencis Soluções Ambientais S.A apresentou proposta para receber em seu aterro sanitário, localizado na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) até 200 toneladas de resíduos por dia. A empresa Estre Ambiental S.A. se propõe a receber até 2.500 toneladas de resíduos/dia no aterro que mantém em Fazenda rio Grande.

A terceira proposta é da TSA Tecnologia em Sistemas Ambientais Ltda., que oferta Tratamento Mecânico Biológico (MBT) para 200 toneladas /dia de resíduos. O MBT é um processo que separa os resíduos e dá aproveitamento energético ao material orgânico, gerando CDR – combustível utilizado no setor industrial.

A comissão de credenciamento, formada por representantes dos municípios integrantes do Conresol, inicia nesta quarta-feira (19) a análise das propostas e da documentação para em breve apresentar um resultado final. As empresas credenciadas prestarão o serviço por um prazo máximo de cinco anos. Os contratos poderão ser rescindidos antes pelo Conresol, caso seja implantada outra alternativa que venha a substituir o credenciado.

Temporário

Lançado em julho deste ano, o edital de credenciamento tem como objetivo buscar alternativas temporárias, enquanto o consórcio define novos modelos para a destinação e aproveitamento dos resíduos.

Os integrantes do consórcio vêm trabalhando na busca de um modelo sustentável para a destinação dos resíduos sólidos produzidos na região, explica o secretário executivo do Conresol, Arlineu Ribas. Ele lembra que desde novembro de 2010 – quando o aterro da Caximba foi fechado por determinação judicial –, os resíduos estão sendo recebidos em aterros particulares operados por empresas credenciadas. O contrato em vigor, firmado em 2010, estabelecia validade de um ano, com renovação de até 60 meses – prazo que termina em outubro próximo.

Atualmente cerca de 2,7 mil toneladas de resíduos são levadas diariamente para o aterro da empresa Estre Ambiental, em Fazenda Rio Grande. Outra parte, 100 toneladas – compostas principalmente por resíduo vegetal – segue para a Essencis Soluções Ambientais, na Cidade Industrial de Curitiba.

Ribas salienta a necessidade do credenciamento. Depois de concluídos os estudos em andamento para uma solução definitiva para os resíduos, serão necessários de dois a quatro anos para implantação de unidade(s) de destinação. O prazo leva em conta a necessidade de estudos ambientais, licenciamento, projetos e construção de unidades, diz.

Consultoria

Para indicar a melhor modelo de destinação para os resíduos sólidos urbanos, a Prefeitura de Curitiba assinou um contrato de consultoria com o International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco Mundial. O contrato com a instituição prevê análise para melhor forma de coleta, transporte, tratamento, disposição final, sustentabilidade ambiental e financeira, descentralização e visão metropolitana. O IFC deverá apresentar uma proposta até o fim deste ano e a implantação inicial do projeto prevista para 2016.

Além de Curitiba, fazem parte do Conresol mais 22 municípios da região metropolitana: Adrianópolis, Agudos do Sul, Almirante Tamandaré, Araucária, Balsa Nova, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Itaperuçu, Mandirituba, Piên, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Quitandinha, São José dos Pinhais, Tijucas do Sul e Tunas do Paraná.