JOSÉ MARQUES
BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Em protesto contra o governo federal, prefeituras de Minas Gerais paralisaram as atividades nesta segunda-feira (24) para pedir reajuste em repasses e mais recursos aos municípios.
A AMM (Associação Mineira de Municípios) estima que ao menos 400 das 853 cidades de Minas aderiram à manifestação, mas ainda não tem um levantamento completo da amplitude do movimento. Belo Horizonte não se juntou ao protesto.
Inicialmente, também estava prevista uma manifestação contra o governo do Estado, comandado por Fernando Pimentel (PT). Os prefeitos prometiam bloquear vias de acesso às cidades.
No entanto, após o governador se reunir com prefeitos na sexta-feira (21) e anunciar liberação de R$ 250 milhões em empréstimo do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas) e R$ 60 milhões em recursos para transporte escolar, os municípios recuaram.
“A reunião que tivemos com o governador minimizou o impacto que pretendíamos provocar”, disse Agostinho Ribeiro (PMDB), prefeito de Rio Preto, que fica na divisa com o Rio de Janeiro.
Nesta segunda, apenas uma associação regional, da região de Itabira, fechou um trecho da BR-381 próximo ao município -a entidade é comandada por um prefeito do PSDB.
“Nosso protesto não é contra o governo estadual”, afirma o presidente da AMM, Antônio Júlio (PMDB), prefeito de Pará de Minas. “Essa paralisação faz parte de um movimento nacional que alerta para uma catástrofe que poderá acontecer: a de que os prefeitos fiquem sem dinheiro para serviços básicos, como educação e saúde.”
Segundo ele, a paralisação é também uma forma de “fazer pressão nos deputados” para que não votem medidas contra os municípios no Congresso.
Para o protesto, os municípios foram orientados a manter apenas a coleta de lixo e atendimento de urgência e emergência na saúde. No entanto, alguns mantiveram outros serviços, como fiscalização de trânsito e guarda municipal.
À tarde, associações regionais se reunirão para discutir propostas a serem enviadas ao governo federal.
OUTROS PROTESTOS
Nos últimos 30 dias, outros dois Estados tiveram manifestações semelhantes.
No Ceará, 131 cidades paralisaram no dia 31 de julho. O protesto foi comandado por um prefeito do PT, Evanildo Simão, de Mauriti.
No último dia 10, foi a vez de municípios de Mato Grosso do Sul. Em ambos os casos, as capitais não paralisaram.