A quinta maior população do mundo vai descer para o 13º lugar em 2100. Vai ser superado pelo Egito, Uganda, Etiópia. O mundo terá então ultrapassado os 11,2 bilhões. Mas o Brasil vai encolher: de 207 milhões de habitantes, terá 200 milhões. A maioria de idosos. Em compensação, vai crescer o número de pessoas na Índia, Nigéria, Paquistão, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia, Estados Unidos, Indonésia e Uganda. Os especialistas acreditam que em 2022 a Índia deverá superar a China como o maior país do mundo. E em 2050, a Nigéria estará ultrapassando os Estados Unidos, quando será considerado o terceiro país mais populoso do planeta.

Está na hora de voarmos para Marte. Até 2100 serão 28 países africanos dobrando suas populações. E em dez deles, a população será multiplicada por cinco, como Angola, por exemplo. Aí no mundo o número de idosos com mais de 60 anos terão triplicado e na Europa, um em cada três cidadãos já terá vivido mais de 6 décadas. A taxa dos atuais 11% da população passará para mais de 25% já em 2050.

O Brasil – o país do eterno futuro, cujo berço nem anda tão esplêndido assim – já não cresce tanto nas grandes cidades e Estados. Porque a população também parou de crescer. Quem ainda tem famílias de 12, 10 ou 6 filhos? Hoje metade da população está com seus 30 anos. A outra metade já está descendo a ladeira.

Então vamos precisar pensar no futuro. Na hora da construção de prédios e casas, esquecer de escadas que levam ao piso superior. Portas deverão ter vãos mais largos, que permitam a passagem de uma eventual cadeira de rodas. Corredores vão ser abolidos, o chão terá que ser recoberto com materiais que diminuam a possibilidade de quedas, os banheiros vão ser melhor projetados, com até ausência de portas nos chuveiros, aquelas estreitinhas que costumam aparecer nos hotéis de classe turística de quem está acostumado a viajar.

E os degraus de acesso ao ônibus, de linha ou de turismo, terão alturas mais baixas, porque a capacidade de ultrapassar obstáculos ficará para sempre reservada aos atletas das Olimpíadas.

A vantagem de quem faz parte da nova sociedade brasileira – justamente a que não é mais nova – é que a maioria está aprendendo a viver melhor, curtir melhor a aposentadoria ou o trabalho que nunca acaba. Viaja, frequenta resorts, entra em clubes de dança, faz cruzeiros marítimos e fluviais, descobre o mundo e outras culturas. Alguns até exageram, praticando esportes de aventuras e muita adrenalina. Outros – e outras – até dão pedaladas pelo mundo afora. Um esporte muito em voga ultimamente até na capital federal. E você, já comprou seu capacete especial?

É bom saber que, na Europa principalmente, muitas adaptações estão sendo feitas há mais de dez anos. Cardápios mais leves nos jantares, boxes dos banheiros mais amplos, tapetes antiderrapantes nos chuveiros (é sempre bom levar o seu na mala. Questão de segurança. E de higiene). Luzes mais fortes na cabeceira da cama ou na poltrona de leitura e, principalmente, um espelho com lente de aumento na pia do banheiro, para facilitar quem não enxerga bem com aquele metro de distância existente entre o espelho principal e a pessoa, ocupado pelo tampo da pia. São coisas simples, que está na hora de operadores e agências de viagens oferecerem ao idosos que viajam.

Porque quem fizer uma viagem de avião dentro do Brasil ou no exterior, vai ver um mar de cabeças brancas tomando todos os espaços. São os idosos os que mais viajam, os que mais ocupam serviços em terra, os que mais fazem compras, sempre com aquela interminável lista de presentes para filhos, genros, noras, netos, bisnetos. Quem não acordar para o novo nicho do mercado de Turismo, vai perder a chance de aproveitar o viajante que tem seu dinheirinho, não pretende guardar para o futuro e prefere curtir o lado bom do que resta de tempo, ao invés de ficar mofando, tomando remédios mis, aguentando o noticiário da televisão, que só mostra roubos, mortes, mentiras e…pedaladas. A vida é muito curta para perder tempo.