GUILHERME GENESTRETI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Por que diabos ainda não fizeram as continuações?”, escreve, inconformada, uma usuária do IMDb, o banco de dados virtual sobre cinema, na caixa de comentários do verbete de “Millenium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres” (2011). A postagem não tem resposta satisfatória.
Ao contrário do que se deu na Suécia – país natal de Stieg Larsson e onde seus três livros da série “Millenium” viraram filmes -, a franquia hollywoodiana não passou do primeiro volume, dirigido por David Fincher em 2011.
Tanto Daniel Craig quanto Rooney Mara, atores principais do primeiro longa, assinaram contrato para prosseguir na série. Mas as filmagens de “A Menina que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar” têm sido postergadas ano após ano.
Em 2011, David Fincher declarou que pretendia rodar ambas as continuações na Suécia simultaneamente e que o segundo filme sairia dali a dois anos. Mas, em 2012, a revista “Entertainment Weekly” revelou que o roteiro do segundo filme não estava pronto, o que postergaria por mais um ano o lançamento.
Boatos de que todo o script teve de ser reescrito passaram a circular ao mesmo tempo em que Fincher se manteve ocupado promovendo “House of Cards”, produzida por ele. Em 2014, o diretor continuava afirmando que as continuações sairiam, sem especificar data.
Foi a atriz Rooney Mara quem jogou um balde de água fria, em fevereiro deste ano. “Não acho que vá acontecer”, contou ao canal de entretenimento “E”. “Fico triste, mas não parece estar em jogo.”
Orçada em US$ 90 milhões, a adaptação hollywoodiana da obra de Larsson faturou US$ 130 milhões no mundo.
Não foi um fiasco, mas também não estourou: em seu fim de semana de estreia, no Natal de 2011, o filme amargou um terceiro lugar no ranking americano, atrás do quarto “Missão Impossível” e do segundo “Sherlock Holmes” de Guy Ritchie, que já estavam havia semanas em cartaz.

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Trilogia sueca e o filme americano