A Polícia Civil de Goiás prendeu ontem (26 de agosto) um ambulante de 54 anos que é suspeito de matar a namorada, de 27, em Goiânia. Suspeita-se que ele também tenha assassinado mais duas companheiras e mandado matar outras duas em um intervalo de 15 anos.

O homem, que chegou a cumprir pena pelos dois primeiros homicídios, foi apresentado na tarde de hoje na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), mas preferiu não falar com a imprensa. No entanto, a delegada Karla Fernandes, responsável pela investigação, revelou que ele confessou todos os crimes e alegou tê-los praticado porque havia sido traído pelas mulheres.

“Ele alega que é algo acima do controle dele e que, diante da situação de uma traição, ele tinha um desejo muito grande de repreender a atitude daquela mulher. Ele diz ter consciência de que era errado, mas que o sentimento era mais forte do que ele”, afirmou a delegada.

O primeiro crime cometido pelo suspeito ocorreu em julho de 1989, quando o homem matou a esposa, que na época tinha 21 anos, por estrangulamento. Eles tinham dois filhos e moravam em Ouvidor, no sul de Goiás. Oito anos depois, o homem fez sua segunda vítima ao assassinar a facadas a namorada de 28 anos.

Pelos dois crimes, o homem foi condenado a 24 anos de prisão, mas cumpriu somente cinco em regime fechado, sendo beneficiado pela progressão da pena. Dessa forma, em 2011 ele já havia sido liberado para o regime aberto. No mesmo ano mandou matar outra namorada, de 41 anos, em Aparecida de Goiânia, e no ano passado mais uma, de 35, em Goianira. Em depoimento, ele disse que ambas foram assassinadas a tiros e que pagou R$ 5 mil por cada homicídio.

A última vítima dele se chamava Sara e tinha 27 anos, metade da idade do homem. O crime aconteceu no último dia 8, com a vítima sendo estrangulada. Após o assassinato, o suspeito fugiu para a fazenda de um amigo em Itapuranga, a 160 km de Goiânia. O dono da propriedade foi autuado por favorecimento pessoal.

Junto com o ambulante, a polícia apreendeu uma folha de caderno onde ele mantinha um relatório com os nomes, idades e datas de nascimento e das mortes das vítimas. Colado no papel, havia uma recorte com quatro mulheres de calcina e sutiã.