FÁBIO MONTEIRO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Uma sondagem especial elaborada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) aponta que 70% das empresas do setor defendem mudanças no PIS/Cofins. A principal alteração defendida por 41% das indústrias que gostariam dessa reforma é o fim do chamado cálculo por dentro, que consiste na incidência de impostos sobre eles mesmos.
Outras mudanças que o setor industrial considera prioritárias na reforma do PIS/Cofins são a unificação das duas contribuições em uma só, a exclusão de outros tributos da base de cálculo, a garantia da plena recuperação dos créditos tributários e a simplificação de procedimentos e exigências.
O estudo foi divulgado nesta sexta-feira (28) e ouviu 2.622 empresas do setor industrial, entre pequenas, médias e grandes. Os dados foram coletados entre os dias 1 e 10 de outubro de 2014.
O governo deve apresentar em breve uma proposta de reforma do PIS/Cofins. Para a CNI, as indicações de alteração até o momento estão de acordo com as expectativas das indústrias.
“As alterações que estão na mesa convergem com os problemas que são identificados. O grande receio que existe na industria em relação a alteração do PIS/Cofins é o risco de elevação da carga tributária”, disse José Augusto Fernandes, diretor de Políticas e Estratégia da CNI.
O ICMS foi citado por 51% dos entrevistados como o tributo que mais afeta a competitividade da indústria de transformação. O modelo de contribuições previdenciárias foi lembrado por 48%. O setor acredita que a unificação das alíquotas do ICMS entre os estados deve ser tratado como assunto prioritário.
A insatisfação com a tributação excessiva foi reportada por 90% das empresas ouvidas na pesquisa. De acordo com a CNI, essa percepção cresce entre as maiores empresas. O setor também gostaria de regras mais simples, maior transparência e segurança jurídica no setor.