Nos próximos dias, a Comissão de Serviço Público da Câmara de Curitiba deverá solicitar a presença do presidente da Urbs, Roberto Gregorio, para prestar esclarecimentos sobre o não pagamento do vale-alimentação aos funcionários da empresa. Nesta quarta-feira (26), o Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (Sindiurbano-PR) e aproximadamente 100 funcionários vieram à sessão plenária para protestar e pedir o apoio dos parlamentares nas negociações. Eles prometem uma paralisação a partir de segunda-feira (31) caso a empresa não pague os valores.

Depois de a Câmara ter aberto espaço para o pronunciamento do presidente do SindiUrbano, Valdir Mestriner (leia mais), um grupo formado pelos vereadores Julieta Reis (DEM) e Professora Josete (PT) – integrantes da Comissão de Serviço Público -, Rogerio Campos (PSC) e Jonny Stica (PT) foi, com a diretoria do Sindiurbano e representantes da Secretaria de Trânsito (Setran), até a prefeitura debater o assunto. Conversamos com o secretário Ricardo Mac Donald, mas da Urbs não tinha ninguém, relatou Julieta, que preside o colegiado de Serviço Público.

Após a conversa com Mac Donald, outra reunião foi realizada somente com o Sindiurbano. Os vereadores sugeriram fazer o convite ao presidente da Urbs, Roberto Gregorio, para maiores explicações. Não entendemos o porquê de funcionários que prestam um serviço tão relevante não estarem recebendo vale. Esperamos que ele venha o quanto antes, pois temos que dar uma resposta a estes servidores. É um serviço essencial que não pode parar. A maioria é agente de trânsito, advertiu Julieta.

Josete detalhou que há três meses a Urbs não está repassando o dinheiro do vale para a Sodexo, empresa responsável por pagar o benefício aos funcionários. A Sodexo suspendeu o pagamento depois de ter arcado com as despesas durante três meses. Como a Urbs empresta funcionários para a Setran, a solução seria o repasse, em duas parcelas de R$ 4 milhões, da Setran para a Urbs, esclareceu. Mas, segundo ela, para que isto aconteça, é necessário um parecer da Procuradoria-Geral do Município (PGM) e outro da Controladoria do Município.

A Urbs demorou para fazer a solicitação para a PGM, que ainda não concluiu o parecer, mas o secretário [Mac Donald] disse que conversará para agilizar, complementou Josete. Como reforço, foi feito um documento da Câmara Municipal encaminhado à PGM solicitando que o parecer fique pronto o mais rápido possível. Muitos funcionários hoje ganham um salário-mínimo mais este vale, que é de R$ 900. Ou seja, para muitos, faz uma grande diferença, ponderou.

De acordo com o site do Sindiurbano, os salários e o vale-alimentação devem ser pagos no dia 25 de cada mês, conforme estabelece a cláusula 5ª do Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2015 (ACT 2014/2015). A URBS não depositou o benefício, nem teve o mínimo respeito pelo trabalhador de, ao menos, informar que esse pagamento não seria feito. Assim, empregados que foram ao supermercado na manhã de ontem [terça-feira] descobriram, na boca do caixa, que não tinham vale-alimentação para pagar suas compras, relata o texto.