RENATA AGOSTINI SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os credores da Galvão Engenharia aprovaram o plano de recuperação judicial da companhia em assembleia realizada nesta sexta-feira (28) no Rio de Janeiro. A Galvão é uma das seis empreiteiras envolvidas na Lava Jato que tiveram de buscar proteção da Justiça para escapar da falência. Pelo plano, a dívida de R$ 1,8 bilhão da construtora e da holding, que pediram recuperação judicial em março deste ano, será paga sem descontos.

A maior parte dos bancos apoiou o plano. A Caixa Econômica Federal e os bancos privados Bradesco, Votorantim e HSBC estão entre os que votaram a favor. A adesão dos grandes bancos era fundamental para a aprovação já que as instituições financeiras respondem por cerca de 80% da dívida da Galvão. Itaú e Santander votaram contra, mas não conseguiram barrar a proposta de reestruturação. O Banco do Brasil se absteve.

Com a aprovação, a Galvão entra oficialmente em recuperação judicial. A expectativa da empresa, contudo, é que os credores possam ser pagos até o final deste ano com a venda dos ativos da companhia. “A aprovação do plano em tempo recorde demonstra a solidez do programa apresentado e a credibilidade que a empresa tem no mercado”, afirmou o advogado Flávio Galdino, que representa o Grupo Galvão no processo de recuperação judicial.

 

VENDA

Os recursos para o pagamento dos credores virão da venda de uma pedreira em São Paulo, da concessão da Rodovia BR-153 -que liga Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO)- e da participação de 66,6% na empresa de saneamento CAB Ambiental. Os negócios serão vendidos por meio de leilão judicial. O plano prevê que os créditos a receber da Petrobras também sejam destinados ao pagamento da dívida com os credores.

O valor está sendo debatido com a estatal na Justiça. A empresa espera levantar cerca de R$ 2,5 bilhões com a liquidação dos ativos e a recuperação dos créditos, o que seria suficiente para quitar todas as pendências. Os credores trocarão suas dívidas por debêntures emitidas pela NewCo, empresa criada para gerenciar o pagamento dos débitos. A construtora e a holding da Galvão ficarão, assim, sem dívidas. A Galvão Engenharia é uma das maiores empreiteiras do país. A empresa possui 10% do consórcio construtor da usina de Belo Monte e toca obras como a ampliação da linha 5 do metrô de São Paulo.