THAIS BILENKY
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) – A discussão sobre a participação feminina na política dominou a conversa no jantar oferecido pelo embaixador do Brasil na ONU, Antonio Patriota, ao presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, em Nova York, nesta sexta-feira (28). Mas as mulheres presentes pouco se manifestaram.
De acordo com relato obtido pela reportagem, Patriota começou expondo temas atuais pertinentes às Nações Unidas, entre eles, a possibilidade de, pela primeira vez, uma mulher ser eleita secretária-geral após 2016.
Os deputados, então, comentaram a reprovação na Câmara de proposta de criação de cotas para mulheres no Congresso. A proposta está em avaliação no Senado.
Presentes ao jantar, os deputados Maurício Quintella (PR-AL) e Julio Lopes (PP-RJ) abstiveram-se na votação em plenário e Átila Lins (PSDB-AM) votou contra.
Cunha, por presidir a Casa, é impedido por seu regulamento de se posicionar.
Todos estavam acompanhados de suas mulheres, que quase não falaram até que a conversa se dissipasse entre grupos menores.
A comitiva de Cunha estava incompleta: a deputada Iracema Portella (PP-PI), única mulher do grupo, chegará à Nova York neste sábado (29), e Eduardo da Fonte (PP-PE), no domingo.
Julio Lopes veio por conta própria.
O clima foi protocolar, segundo o relato. Foi servido filé com legumes e vinho. A crise política e econômica que o Brasil enfrenta não teria sido abordada.
Antes de entrar na residência de Patriota, em entrevista a jornalistas, Cunha criticou a condução da economia pelo governo Dilma Rousseff (PT), a quem faz oposição ruidosa, e chamou a proposta em estudo de recriar a CPMF de “perversa”.
Ainda que exerça cargo nomeado pela presidente na ONU, Patriota, ex-ministro de Relações Exteriores, foi demitido por Dilma há dois anos, após a fuga de um senador boliviano para o Brasil em carro oficial do país.