O boneco inflável do ex-presidente Lula, que atualmente está em tour pelos cartões-postais do país, não é algo novo na história da política brasileira. Em 1998, Fernando Henrique Cardoso também foi representado por um boneco de 12 metros de altura -tamanho parecido com o do “Pixuleco” de Lula, que tem 15 m-, produzido pela CUT. Conforme publicado no site da Folha de S.Paulo no dia 11 de abril de 1998, uma manifestação em Brasília promoveu a “malhação de Judas” do boneco de FHC. Para produzi-lo, foram gastos 120 metros de tecido, isopor e espuma. Ele estava acompanhado também por sete bonecos menores, representando políticos que apoiaram a aprovação das reformas administrativa e da Previdência naquele ano.

Ao todo, o custo da produção, na época, foi de R$ 10,8 mil -ou R$ 32.166,52, em valores atuais, corrigidos pela inflação. No “Pixuleco”, o investimento do grupo Movimenta Brasil foi de R$ 12 mil. Na época, a CUT chegou a dizer que planejava incluir o boneco nos recordes do Guinness, pelo seu tamanho. Também em 1998, os cariocas “malharam” outros políticos no sábado de Páscoa: FHC, o então governador Marcello Alencar, o então prefeito Luiz Paulo Conde e um deputado federal.

‘MALHAÇÕES’

Representações de bonecos de políticos são comuns em manifestações, especialmente no sábado de Páscoa. Um boneco representando o governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), por exemplo, foi incendiado nas manifestações de 2013. Outro boneco de Alckmin foi “malhado” em 2002, em uma festa no Cambuci que também agrupou representações de FHC, Osama Bin Laden e do então presidente dos EUA, George W. Bush. Já na Páscoa de 1994, um boneco de FHC, que era ministro da Fazenda, teve sua cabeça cortada ao lado do então presidente da Eletrobrás, José Luiz Alqueres. O pastor Marcos Feliciano (PSC) também já foi alvo de uma “malhação de Judas” em Brasília, na páscoa de 2013.