SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os brasilienses tiveram a chance de conhecer a área desocupada na orla do lago Paranoá. Neste fim de semana, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) começou a fazer visitas guiadas em um trecho de aproximadamente 500 metros, ainda com muito entulho das cercas derrubadas.
A desocupação da orla teve início na última segunda-feira (24), com a derrubada de muros e cercas de residências às margens do lago.
A área está isolada. “Como é uma área que é um canteiro de obras, não é segura ainda para movimentação. Tem pontas de pregos, fios desencapados, píers que precisam de manutenção e correm o risco de cair”, disse o superintendente de Monitoramento e Educação Ambiental do Ibram, Luiz Rios. A livre circulação de pessoas também poderia prejudicar o inventário técnico do impacto das invasões que vai estabelecer punições aos proprietários que ocuparam irregularmente a faixa de proteção ambiental a 30 metros do lago.
Na área visitada hoje, o solo é bastante irregular, com duas piscinas aterradas, resto de cercas derrubadas, um matagal e até ninhos de aves no chão. A visita guiada por educadores ambientais do Ibram é uma forma segura de matar a curiosidade.
“Sem educação não adianta abrir o espaço”, afirma o professor Eduardo Ravagni. Ele mora na orla do lago, mas não terá o terreno afetado pela operação, porque construiu dentro dos limites legais. “Isso aqui, que era de um senhor que fazia suas festas, desfrutava de um espaço e cuidava, tem que passar agora a ser cuidado por nós todos”, afirmou Ravagni.
As visitas guiadas ao trecho desocupado na orla do Lago Paranoá vão ocorrer também nos próximos finais de semana. O ponto de encontro é no Morro da Asa Delta, na QL 12 do Lago Sul, em frente ao 5º Batalhão da Polícia Militar, sempre a partir das 9h.
‘ISOPORZINHO’
Para comemorar a liberação de parte da orla do Lago Paranoá, que em breve se tornará um parque, um grupo organizou pelo Facebook o evento ‘Isoporzinho’. Os participantes fizeram um grande piquenique, tomaram banho no lago e praticaram esportes, ao som de reggae e surf music.
“Assim que nós soubemos da desocupação, resolvemos juntar amigos para marcar esse momento histórico. Nada melhor do que comemorar com consciência e preservar esse local que nos foi devolvido”, explica Yasmin Melo, organizadora do evento.
Um amigo foi chamando o outro e a página oficial do Isoporzinho, criada no dia 20 de agosto, somou 14 mil confirmações de presença. Os organizadores, no entanto, estimam que 1.500 pessoas tenham comparecido.