A dieta de um vegetariano é restritiva em carnes, porém em suas preparações pode continuar levando alguns produtos de origem animal, tais como leite, manteiga, ovos, mel e gelatina. Existem os ovolactovegetarianos, que consomem tudo menos carnes. Os ovovegetarianos não ingerem laticínios. Os lactovegetarianos dispensam os ovos e os vegetarianos estritos não consomem nenhum alimento de origem animal.

Já os veganos tem uma dieta vegetariana estrita, usando basicamente cereais, frutas, legumes, hortaliças, algas, cogumelos e produtos industrializados ou não, desde que não contenham nenhum ingrediente de origem animal. Além disso defendem uma ideologia de que o ser humano viva sem exploração animal, buscando o fim do uso de animais para alimentação, apropriação, trabalho, caça, confinamento e todos os outros usos que envolvam exploração da vida animal.

Procuram abolir qualquer prática que explore animais, zelando por sua liberdade e integridade. Boicotam produtos de origem animal (alimentar ou não), que tenham sido testados em animais ou que incluam qualquer forma de exploração animal nos seus ingredientes ou processos de manufatura. Ou seja, não utilizam produtos de beleza, de higiene pessoal, de limpeza, e outros que não estejam isentos de crueldade. Veganismo, portanto não é dieta. É um conjunto de práticas focadas nos Direitos dos Animais que, por consequência, adota uma alimentação estritamente vegetariana, diz Munik França, nutricionista e também vegetariana.

Depoimento — Depois de ponderar muito, Paola Magni, 19, percebeu que não se sentia confortável em comer animais. Não me parece natural e nem correto que nós tiramos a vida de tantos animais para comê-los de forma exagerada, muito mais do que seria exigido para nós nos mantermos saudáveis, afirma. Informou, também, que no começo teve que fazer alguns ajustes na alimentação, acompanhada de uma nutricionista, que, no início, causaram-na pequenos problemas de saúde, mas que foram solucionados em pouco tempo. Passei a me tornar mais crítica e controlada com o que eu comia, já que, por mais que o cheiro e o gosto de carne me agradassem, eu tinha optado por não comer mais. Além disso, me tornei mais aberta para novas experiências culinárias, descobrindo que, sim, é possível ficar bem, e sem carne, diz.

Na opinião de Mariana Benevides cortar a carne é só um passo. Continuar comendo queijo, ovos e tomando leite contribuiu para todo esse processo cruel que os animais passam, involuntariamente, para servir o homem, explica um dos motivos que a levou virar vegana. Pontua que a sua vida mudou completamente desde que virou vegetariana.

Cuidado com a saúde
Fazer exames laboratoriais para saber como estão os níveis de ferro e vitamina B12 para evitar anemias, etc., é importante antes de se tornar vegetariano ou vegano. Deve-se também ao longo da vida estar atento para esses níveis. Se o paciente for bem orientado não há problemas. O que não pode é simplesmente não suplementar, através de outros alimentos, pois a dieta vegana ou vegetariana mal planejada pode ser deficiente em vitamina b12, ferro, vitamina D, cálcio, iodo e ômega 3, diz Munik França, nutricionista e também vegetariana.


Alimentos que podem substituir a carne

Segundo a nutricionista, existem diversos alimentos que podem substituir a carne tais como:

Lentilhas: são uma grande fonte de proteína, fibra, vitamina B, minerais e uma excelente opção para combater a prisão de ventre e reduzir o colesterol. Sua preparação é muito simples, e pode ser consumido em guisados, sopas, saladas, como guarnição ou usadas para fazer hambúrgueres vegetarianos.

Grão de bico: Outra excelente alternativa para substituir a carne. A sua versatilidade permite incorporá-lo em guisados, sopas, cozidos e além disso se pode fazer creme de húmus, uma opção saudável e perfeita para comer em qualquer ocasião. Este tipo de legume não oferece tanta proteína como as lentilhas, no entanto o seu teor de ferro é quase três vezes maior que o da carne, o que o transforma numa ótima opção para vegetarianos.

Feijão: em qualquer das suas variedades é outro dos legumes recomendados e a forma de se cozinhar também pode variar. A sua contribuição para a nossa saúde é enorme, é uma grande fonte de energia.

Soja: é conhecida por ser um dos melhores substitutos da carne numa dieta. São imensas as formas de ser consumida, por isso é uma alternativa ideal. Pode ser tomada em líquido, no leite ou em bebidas que a contenham, em tofu, em molhos, em rebentos que darão às suas saladas e guisados um toque crocante, ou em grão. Há uma enorme variedade de receitas. A soja texturizada é a alternativa para substituir a carne em pratos feitos com proteína animal, como hambúrgueres ou almondegas. A soja é a única com 22 tipos diferentes de aminoácidos essenciais, é um grande antioxidante, favorece a retenção e absorção de cálcio e é uma excelente aliada à saúde.

Cereais: arroz, aveia, trigo, cevada e o milho são excelentes fonte de proteínas, carboidratos e minerais, tornando-se num grupo de alimentos essenciais para todas as pessoas que querem substituir a carne na sua dieta.

Frutos secos: são importantes, um punhado diariamente de nozes, amendoins, amêndoas, pistaches ou sementes de girassol preferivelmente sem sal, oferecem uma boa dose de proteínas, minerais, vitamina E, além de vários nutrientes.

Ovo: também é um bom substituto da carne. Pode-se comer apenas a clara para evitar o colesterol da gema, ou consumir tudo mas cozinhado de forma saudável, e não frito. É uma grande fonte de proteínas.


Fernanda Menuci  e Maria Victoria Lima

especial para o Bem Paraná