A confiança do comércio diminuiu novamente de julho para agosto, segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgada nesta segunda-feira (31). O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) recuou 4,1% e atingiu 86,1 pontos, o mínimo histórico da série iniciada em março de 2010. Segundo a FGV, a fase de desaceleração do comércio persiste neste início de segundo semestre. Em julho, o índice recuou 1% e atingiu 89,8 pontos.

A queda da confiança em agosto foi determinada pela piora da percepção dos empresários em relação ao momento atual. O índice da situação atual, que retrata o grau de satisfação com a demanda, recuou 12,1%, chegando aos 56,5 pontos, o menor nível da série.

Já o índice de expectativas avançou 0,4% em agosto, atingindo 115,7 pontos. A alta sucede quedas de 1% e 4,6%, respectivamente, em junho e julho, mas é insuficiente para inverter a tendência de queda do indicador. A melhora foi influenciada pela evolução do indicador que mede o grau de otimismo em relação à evolução da situação dos negócios nos seis meses seguintes, que avançou 1,8% em relação ao mês anterior.

A deterioração da percepção sobre o nível atual de demanda mostra que o comércio continua enfrentando dificuldades no terceiro trimestre. No terreno das expectativas, a diminuição pontual de pessimismo em relação ao horizonte de seis meses é um resultado favorável mas, por enquanto, insuficiente para sinalizar uma inversão de tendência, considerando-se as previsões cada vez mais negativas para a evolução do pessoal ocupado no setor, disse Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para ciclos econômicos da FGV/IBRE.