RENATA AGOSTINI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro Eliseu Padilha (Secretaria da Aviação Civil) afirmou nesta segunda-feira (31) que deixará a articulação política do governo em definitivo em até 30 dias. Segundo ele, o PMDB não terá mais envolvimento na função e a Secretaria de Relações Institucionais deveria ser extinta.
“Essa é uma secretaria que, a partir de agora, não tem muita razão para existir. A questão orçamentária das emendas e dos restos a pagar está resolvida. Nós conseguimos com os ministros Barbosa [Nelson Barbosa, Planejamento], Levy [Joaquim Levy, Fazenda] e Mercante [Aloizio Mercadante, Casa Civil] construir uma fórmula que resolve essa questão e, de agora em diante, as emendas são impositivas.”
Segundo Padilha, todas as emendas serão executadas, independentemente de partido. “Portanto, isso pode ir tranquilamente para o Ministério do Planejamento”, afirmou, após participar de almoço promovido pelo Lide, grupo que reúne líderes empresariais.
Padilha afirmou que a distribuição de cargos também está sendo finalizada, com a definição do terceiro escalão. “Quando estivermos com isso concluído, não se falará mais de cargos. A não ser que morra alguém, se aposente. Mas isso é tópico e historicamente foi feito pela Casa Civil”, disse.
Segundo ele, seu tempo será dividido a partir desta terça-feira (1) entre a articulação política e a Secretaria de Aviação Civil somente até que os assuntos da Secretaria de Relações Institucionais sejam “liquidados”, o que deve ocorrer em 15 ou 30 dias “no máximo”.
Ele afirmou que manterá, contudo, sua participação no conselho político.
Para Padilha, a Secretaria de Aviação Civil “provavelmente” irá acabar diante da iniciativa do governo de cortar ministérios. Ele não quis comentar se ficará à frente da pasta que absorverá as atuais da SAC.
Segundo Padilha, dizer que alguém será indicado para o cargo de ministro é a melhor forma de “fritá-lo” e a nomeação é uma “questão para a presidente”.
DESEMBARQUE
Sobre a eventual saída do PMDB da base do governo, Padilha afirmou que hoje o partido é majoritariamente a favor da governabilidade.
“Existe uma pressão interna, ainda minoritária, para que o partido se declare, no mínimo, independente.”
Segundo ele, as minorias, em geral, são “muito barulhentas”, e isso também ocorre no PDMB.
“Toda vez que há um torpedeamento das ações do presidente Michel Temer esse grupo acaba sendo mais incisivo”, afirmou.