SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, disse nesta segunda-feira (31) que não renunciará apesar das acusações de corrupção apresentadas contra ele por promotores e das pressões sobre seu governo, que se intensificam às vésperas das eleições presidenciais.
No sábado (29), um comitê do Congresso guatemalteca recomendou que Pérez Molina perca sua imunidade legal em função de seu suposto envolvimento em um escândalo de desvio de verbas alfandegárias, abrindo o caminho para que os legisladores votem por sua deposição. O presidente nega ter cometido quaisquer irregularidades.
Os advogados de Pérez Molina apresentaram uma liminar que pode levar ao adiamento da votação do impeachment no Congresso, caso seja aceita pela Justiça. Pérez Molina afirmou que a eleição presidencial da Guatemala, cujo primeiro turno ocorre no próximo domingo (6), deve ser mantida conforme o planejado.
O mandato de Pérez Molina vai até janeiro. A Constituição da Guatemala não permite a reeleição.
A Guatemala vive sua mais tensa crise política desde o fim de uma guerra civil que se estendeu de 1960 a 1996.
Na quinta-feira (27), milhares de pessoas manifestaram nas ruas da capital sob os gritos de “Guatemala não tem mais governo” e “Renuncie Já”.
Além das pressões pelo impeachment de Pérez Molina, a mulher que ocupava o cargo de vice-presidente até maio, Roxana Baldetti, foi presa na semana passada. 14 ministros renunciaram.