NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse nesta terça-feira (1º) que o governo conta com a venda de ativos de estatais para reduzir a pressão sobre o Tesouro, que espera um deficit de R$ 30 bilhões nas contas públicas no ano que vem.
Ele citou especificamente a distribuidora de eletricidade Celg, de Goiás, que será vendida pela Eletrobras assim que o TCU (Tribunal de Contas da União) se manifestar sobre a proposta de renovação das concessões do setor.
“Ao fazermos desinvestimentos no setor elétrico, podemos melhorar a eficiência e os resultados do Sistema Eletrobras”, afirmou, em entrevista após abertura do evento Brazil Windpower, no Rio.
Segundo ele, a Celg representa um resultado negativo de R$ 80 milhões por mês à Eletrobras. Com a venda desta e de outras empresas, a companhia pode gerar mais dividendos para o Tesouro, explicou.
Braga não quis antecipar quais seriam os próximos ativos da Eletrobras à venda. A companhia, porém, nunca escondeu o desejo de se repassar o controle das distribuidoras de eletricidade federalizadas, que herdou do programa de privatizações dos anos 1990.
O ministro evitou maiores comentários sobre o plano de desinvestimentos da Petrobras, que tem a meta de vender US$ 15,1 bilhões de ativos até 2016, a despeito do cenário negativo no setor de petróleo. Disse apenas que o processo tem que ser feito com cautela, aproveitando as “janelas de oportunidade no mercado”.
“Janelas de oportunidade existem. Quem imaginaria que a Shell fosse pagar aquele valor pela BG em um cenário de volatilidade dos preços do petróleo? Mas pagou, de olho nas oportunidades de crescimento da BG no Brasil”, comentou, referindo-se à operação de US$ 70 bilhões anunciada pela Shell em abril.