BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – “Clima chato no trabalho? Muita fofoca e tititi? Colegas tentando puxar seu tapete?”
Para o Ministério do Trabalho e Emprego, que usou a imagem de um bicho-preguiça para responder a essas três perguntas no Twitter e no Facebook, a solução é praticar o “deboísmo”.
A expressão, que ganhou popularidade nas redes sociais nos últimos tempos, sugere que a pessoa deixe de lado as preocupações e fique “de boa”.
“Aqui no Ministério do Trabalho e Emprego somos adeptos do #deboísmo”, completou a pasta na postagem, referindo-se ao movimento que ganhou seguidores nas redes e tem uma preguiça como mascote. Uma infinidade de “memes” com fotos da preguiça associadas a frases engraçadinhas enaltecendo ficar “de boa”.
O que era -provavelmente- para ser uma brincadeira gerou uma enxurrada de críticas no Twitter no fim da tarde desta quarta-feira (2).
A maioria encarou a mensagem como uma resposta do governo à crise vivida no país, que tem registrado aumento nos índices de desemprego.
“O garoto-propaganda do MTE agora é um bicho-preguiça?”, questionou um internauta. “Que tal estimular a geração de empregos ao invés de ficar pregando deboísmo nas redes?”, sugeriu outro, entre comentários impublicáveis coalhados de palavrões.
“Esse cartaz da preguiça do governo me faz pensar que o próximo vai ter um pelourinho, uma chibata e um capitão do mato.”
A pasta até que tentou revidar as primeiras críticas. “Ser de boa não significa ser inerte ao mundo, significa ser ponderado”, justificou o ministério, que logo tentou se desvincular da imagem da preguiça. “O bicho-preguiça é garoto propaganda do deboísmo. Não confunda!”, disse a quem questionou sobre o mascote.
Mas já não havia tempo: “Se vcs apoiam o deboísmo e o bicho-preguiça ser garoto propaganda deles, então já entra como agregado”, rebateu.
Procurado pela reportagem, o MTE disse, em nota, que a postagem tinha como objetivo usar “as linguagens apropriadas das redes sociais para disseminar as boas práticas no ambiente de trabalho”.
Segundo a pasta, outras publicações têm sido feitas para explicar os direitos dos trabalhadores e as boas posturas no mercado de trabalho, “alcançando mais de 10 milhões de usuários apenas no último mês”.