Comece desvendando os mistérios do Amazonas pela capital do Pará. Além dos atrativos naturais, é lugar com muita história para contar. Parte dela está no Museu de Arte Sacra, no Parque da Residência, a antiga Casa dos Governadores, com orquidário, restaurante e teatro. E a Estação das Docas, que ninguém deve deixar de visitar. Implantada nos antigos armazéns da Companhia das Docas do Pará, segue a moda lançada em Nova York, Lisboa, Buenos Aires e San Francisco, com a reforma e reutilização da área portuária. Porta de entrada da região amazônica, fundada no século 17, Belém do Pará viveu a época de ouro no ciclo da borracha, quando chegou a ser chamada de Paris na América.

Além dos atrativos turísticos, Belém do Pará faz a festa que é uma das maiores manifestações religiosas do mundo: o Círio de Nazaré. A devoção à Virgem de Nazaré teve origem na Galiléia e chegou ao Pará com os colonizadores portugueses. A procissão acontece no segundo domingo do mês de outubro, levando às ruas mais de um milhão de visitantes e peregrinos, que seguem a pequena imagem da Virgem. Orações e fogos de artifício marcam a passagem dos romeiros carregados de oferendas, movimentando carros de milagres abarrotados de ex-votos. Crianças vestidas de anjo são parte do cenário.

Destaque na procissão é a Corda, de forte conteúdo simbólico nas tradições populares, representando também um grande sacrifício de homens e mulheres que se colocam de um lado e de outro da Corda e formam como um imenso rio cheio de ondas.

A festa começa no sábado pela manhã com a romaria pelo rio que transporta a imagem de uma cidade vizinha até a Capela Colégio Gentil Bittencourt. À noite é feita a Trasladação da imagem até a Igreja da Sé, de onde sai o Círio no domingo cedo. As festividades terminam 15 dias depois, com o Recírio, que leva de volta a imagem da Basílica de Nazaré para o Colégio Gentil. Uma grande demonstração de fé na maior procissão religiosa do mundo.

 Fotos: Divulgação
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PARÁ
O Pará é terra de natureza generosa, com campos, montanhas, pântanos, praias de águas doces ou salgadas. Uma diversidade que está dividida em quatro pólos turísticos. O Pólo Marajó, santuário ecológico, revela os mistérios da pororoca (luta do rio com o mar); Pólo Costa Atlântica, com belas praias; Pólo Tapajós, região de rios cristalinos, cachoeiras, igarapés, praias de areia branca e sítios arqueológicos; Pólo Tocantins-Araguaia, perfeito para quem gosta de pescarias.

A hospitalidade do povo local é garantia de uma viagem cheia de surpresas. Depois de Belém é preciso continuar pelo maior arquipélago flúvio-marinho do mundo, que é o Marajó. Localizado na foz do rio Amazonas, é um santuário ecológico com mais de 60 mil quilômetros quadrados. Região de campos e fazendas, tem também praias de ondas altas, que de junho a novembro ganham tons de verde e recebem o gosto salgado do mar.

O arquipélago é formado por quatro ilhas: Marajó, a maior de todas, Caviana, Mexiana , e Ilha Grande. As cidades principais são Salvaterra e Soure. As ilhas reúnem o maior rebanho de búfalos do Brasil. Garças e guarás completam as características da região. Claro que não faltam os jacarés lotando os lagos e tomando banho de sol em meio à vegetação .

Em Monte Alegre a atração fica por conta das formações lacustres e marinhas, cavernas, cachoeiras, sítios arqueológicos com pinturas rupestres de mais de 11 mil anos e até uma estância de águas sulfurosas. Em Alenquer – a Cidade dos Deuses — as formações rochosas esculpidas pelos ventos e chuvas, ganham formas cheias de mistérios.

Na cidade de Oriximiná são os viveiros de espécimes raros, como a tartaruga da Amazônia, que atraem aos visitantes. Lá também ainda existem remanescentes de quilombos e índios Wai-Wai. A região abre caminho para a flores amazônica e a área de 600 mil hectares que se espalha por Santarém, Belterra, Aveiro e Rurópolis.

Os pescadores seguem para o Pólo Tocantins-Araguaia, cortado por muitos rios, lagoas e praias. Em julho, época de estiagem na Amazônia, as praias de Conceição do Araguaia e Marabá ficam lotadas, com suas areias brancas e águas mornas, junto de florestas. São as delícias do verão amazônico, sempre com um bom tucunaré na telha como complemento.

Então tudo é bom pretexto para visitar o Pará: Teatro da Paz, Círio de Nazaré, Boi Bumbá, Marujada, Ilha de Marajó, Salinas, Mercado de Ver-o – Pêso, Encontro das Águas em Santarém, reservas indígenas no Xingu, Forte do Presépio, Casa das Onze Janelas. E haja farinha d’água, pato no tucupi, tacacá, pirarucu, maniçoba, caldeirada, jambu, cupuaçu, taperebá, bacuri, açaí, queijo de búfala. Tudo de bom. E pago em reais. Esqueça mickeys e plutos por enquanto e deixe para comprar aqueles chapéus orelhudos para dias menos turbulentos. Agora que, finalmente, alcançamos o padrão Fifa, todo cuidado vai ser pouco.