Não é novidade pra ninguém, muito menos para o governo, que vivemos um período de recessão forte que atinge em cheio e de forma muito negativa todos os brasileiros.
Não sabemos quanto tempo vai durar, mas é fato que esse atual momento da economia brasileira vai mudar. A grave crise política que o país enfrenta juntou-se ao momento de instabilidade econômica, e criou um cenário muito difícil para todos. Como ocorre no ciclo na vida, a economia ora vai bem, ora vai mal. É ingenuidade achar que a economia vai sempre ser positiva. Isso não é uma expectativa aceitável, e na vida, quando temos expectativas irreais, quase sempre sofremos depois.
Alguns cuidados já são tomados por grande parte das pessoas: controle maior das despesas do dia a dia, cancelamento de cartões de crédito, redução de custos, venda de bens, pagamento de dívidas, etc.
O grande problema porém, é que nos encontramos numa fase cheia de eventos negativos simultâneos, como demissões em massa, redução de novas vagas de trabalho e aumento de preços superiores ao reajuste dos salários.
É comum a ocorrência eventual de eventos negativos ao longo de uma vida. Porém, estar fragilizado por um longo período expõe a população a ser vítima de eventos negativos simultâneos. E isso pode ser catastrófico para as famílias, em especial, para aquelas que não se prepararam para esses momentos econômicos difíceis.
Daí a importância de se ter a reserva de emergência. Na bonança, poucas pessoas dão valor para isso, só que o mundo é cíclico. Uma hora tudo vai bem, outra hora as coisas vão mal. Neste momento de recessão, quem construiu uma reserva de emergência paulatinamente nos últimos anos, também terá dificuldades, sim, mas com essa condição poderá dar mais serenidade para toda a família, até que a economia retome seu caminho habitual.
Por fim, para os que não tem a reserva de emergência, restam as medidas mais duras, como cortar drasticamente despesas, vender o que não é útil, reduzir temporariamente o padrão de vida, fazer portabilidade de dívidas entre instituições financeiras buscando reduzir os juros, usar a criatividade para não gastar e reduzir, se possível, os empréstimos ou, pelo menos, pagá-los no vencimento (evitando-se as multas).
Leia mais sobre educação financeira e incentive todos os membros de sua família à cooperarem com o objetivo comum de superarem o momento ruim econômico. Com a ajuda de toda família, passar por esse momento difícil será menos penoso. E depois, quando tempos melhores voltarem, a família poderá retomar as metas e buscar até novos sonhos a serem alcançados.

Lélio Braga Calhau é Promotor de Justiça de defesa do consumidor do Ministério Público de Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela Univale, é Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do Podcast “Educação Financeira para Todos”