Curitiba conseguiu atingir a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, com um total de 96.742 crianças imunizadas, o equivalente a 95,09% do público com idade entre seis meses e menores de cinco anos. Mais cedo, a Secretaria de Estado da Saúde também divulgou que o Estado atingiu a meta. Com 627 mil crianças vacinadas, o Estado foi o primeiro do país a alcançar a meta estipulada pelo Ministério da Saúde.

Além da pólio, a campanha foi uma oportunidade de atualização da situação vacinal em todas as crianças menores de cinco anos, com mais de 13 mil doses aplicadas das demais vacinas. Segundo a diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde, Juliane Oliveira, até essa idade as crianças devem receber 11 vacinas ao longo dos primeiros quatro anos de vida, em um total de 25 doses – incluindo os reforços –, que protegem a criança contra cerca de 20 doenças.

Além da procura registrada no primeiro dia (15), a Secretaria muniicpal registrou um grande movimento nas unidades de saúde nos dois últimos dias da campanha, encerrada na última segunda-feira (31). A partir de agora, a vacinação contra a poliomielite e as demais doenças serão realizadas normalmente, dentro do cronograma estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No caso da pólio, as doses são feitas aos dois, quatro e seis meses de vida do bebê e os reforços acontecem aos 15 meses e, depois, aos quatro anos. As duas primeiras doses (aos dois e quatro meses) são injetáveis.

O secretário municipal de Saúde, César Monte Serrat Titton, destaca a importância desse formato de campanha, que permite a atualização da carteirinha de todas as crianças, garantindo as doses previstas no calendário básico. O Sistema Único de Saúde oferece um grande número de vacinas, e, às vezes, por esquecimento dos pais, alguma dose pode ficar de fora.

Titton também ressalta a importância da vacinação oral das crianças contra a pólio, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal estratégia para a erradicação da doença no mundo. As equipes da Saúde se dedicaram muito para garantir à imunização ao maior número possível de crianças. Além de aumentar a cobertura vacinal, a imunização em massa fornece uma proteção ainda maior à população, explica.

Estado — De acordo com o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o bom desempenho demonstra que o Paraná tem uma das melhores estratégias de imunização de todo o Brasil. Cerca de 2,2 mil unidades de saúde participaram desta grande mobilização. Além disso, as equipes de vacinação montaram postos volantes em shoppings, supermercados e praças, o que facilitou o acesso da população às doses da vacina, ressaltou.

Iniciada no dia 15 de agosto, a campanha de vacinação contra a pólio já imunizou 10,6 milhões de crianças em todo o território nacional. Isso representa 83,9% do público-alvo, que neste ano são meninos e meninas de seis meses a menores de cinco anos.

Segundo o coordenador estadual de Imunização, João Luis Crivellaro, vacinar o maior número de crianças é uma das principais medidas para manter o Estado livre da doença. O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1990. No Paraná, a última ocorrência foi registrada em 1986. Contudo, a doença, ainda atinge nove países no mundo e por isso é preciso reforçar as medidas de prevenção para reduzir o risco do vírus ser reintroduzido no país, afirmou.