Aproveite o sistema de ciclovias no país de Guilherme Tell, que corta todo o território suíço, permitindo conhecer as belezas de um dos países de paisagens imbatíveis, únicas no mundo. Se as paisagens campestres da Suíça representam um ícone turístico da Europa, até quando cobertas de neve, imagine em pleno verão, na primavera ou no colorido do outono. É turismo e exercício, é aprendizado e mais cultura. O verão está acabando na Europa, mas o outono também pode ser interessante.

Cycling Country Switzerland oferece aos ciclistas de todo o mundo uma rede de rotas diferentes, todas interligadas e pavimentadas, atravessando o país de ponta a ponta. São quase 4 mil quilômetros de extensão que correspondem a mais do que a distância entre São Paulo e Fortaleza, ou de Porto Alegre a Aracaju.

Todas as rotas da Veloland são sinalizadas, com mais de 15 mil placas fixadas nos campos e cidades. Elas orientam sobre direção, quilometragem, atrações turísticas. Você pode pedalar de Montreux ao lago Bodensee, de Chiasso até a Basiléia, cruzar os Alpes e chegar até as montanhas do Jura. As rotas têm duração de um dia (trinta quilômetros), ou viagens de cinco dias ( 43 quilômetros diários). As rotas proporcionam aumento nos pernoites ( oitocentos mil) e polpudos milhões de francos suíços na receita.

A idéia de criar uma rede nacional de ciclovias nasceu há 21 anos, por iniciativa de um grupo de fãs das duas rodas em Otten, uma cidade entre Zurique e Berna. Em maio de 1998 foi criada a associação Veloland, com um investimento de dez milhões de francos suíços. O objetivo da associação foi baseado no incentivo à mobilidade física e na consciência ecológica.

Algumas rotas: Rhone: Andermatt- Genebra – 310 quilômetros; Rhein: Andermatt-Basiléia (425 quilômetros); Nord-Süd: Chiasso-Basiléia – 365 quilômetros; Vista dos Alpes em St. Margrethen-Aigle (483 quilômetros); Romanshorn- Lausanne (369 quilômetros); Martina, cantão de Graubünden – Bellinzona ( 260 quilômetros); Basiléia-Nyon (275 quilômetros); Oberwald-Koblenz (305 quilômetros); Montreux-Rorschach (497 quilômetros).

A Suíça tem 41.290 quilômetros quadrados. As ciclovias ziguezagueiam nas partes alemã, francesa e italiana que formam o país. Uma placa vermelha, com uma bicicleta no centro, quer dizer isto é uma ciclovia suíça. Pode estar pregada em uma árvore no bosque, em um poste em Zurique ou à beira de uma rodovia, às margens de um rio. Outra placa vai indicar os nomes das cidades mais próximas e os quilômetros que faltam em cada rota. Importante é seguir sempre a rota escolhida. Ter um mapa ajuda e nos pontos de aluguel de bicicletas eles estão disponíveis.

O bom é que sempre é possível explorar várias regiões, alugando bicicleta, e utilizando barcos, trens, ônibus. Todos têm lugar especial para colocar a bicicleta. É sempre importante estudar a tarefa do dia seguinte, entendendo quando há trechos mais difícieis no roteiro. Em todas as estações de trem públicas da Suíça, há pontos de aluguel de bicicletas. Veja em www.rent-a-bike.ch). O aluguel pode ser de meio dia, dia inteiro. A tarifa sobe se a bicicleta for alugada em uma cidade e devolvida em outra. Dá também para levar sua própria bicicleta do Brasil, na companhia aérea suíça ou da Alemanha. Informe na hora da reserva das passagens, embale a bicicleta com rodas e pedais separados do corpo e saiba que o peso máximo será de 32 quilos. Levando uma mala e a bicicleta, não há taxas. A Air France cobra taxa para o transporte, independentemente do resto da bagagem do passageiro. A Alitália também cobra taxa especial.

BARCELONA BICI
Dê suas pedaladas – honestas, é claro – também na Espanha. Visitar Barcelona de uma maneira diferente começa com o aluguel da bicicleta, o que vai permitir fazer roteiros por toda a cidade, ao seu ritmo. O Barcelona Bici aluga bicicletas por horas, meio dia, dia inteiro ou por semana. O cartão Ciclo 10 permite o uso da bicicleta durante 10 horas, conforme a vontade do ciclista. É só organizar seu roteiro, fazer o itinerário conforme as atrações a serem visitadas, ou simplesmente sair devagar e sempre, apreciando cada pedaço de paisagem, cada prédio antigo, cada palácio, cada museu. É possível alugar a bicicleta em um ponto, e entregar em outro. O pessoal da empresa aconselha sobre as melhores rotas e os itinerários turísticos mais importantes. Veja em www.barcelonaturismo.com. Os pontos de aluguel são: Praça da Catalunya; Mirador de Colón; Praça de Joan de Borbó. E sabe qual é a vantagem maior? No caminho não haverá câmeras de televisão, nem guarda-costas, nem figurantes caídos no asfalto, esperando divinas providências…


DESTAQUES

PASSOS DOS JESUÍTAS
A rota entre Peruíbe e Ubatuba, um trajeto de 360 quilômetros passa por Praia Grande (Portinho), Cubatão (Largo do Sapo), São Vicente (Biquinha de Anchieta), Santos (Outeiro de Santa Catarina), Guarujá (Fortaleza de Barra Grande-Ruínas da Ermida Guaibé), Bertioga (Forte São João), Ilhabela (Ponta das Canas). É percorrida por peregrinos, que costumam caminhar com cajado na mão e mochila nas costas, fazendo o percurso durante quinze dias, até chegar a Ubatuba, no litoral norte.

O tema é a trajetória dos jesuítas e muitos dos peregrinos já fizeram o Caminho de Santiago de Compostela. O Brasil tem outro roteiro dentro do tema da fé, o Caminho do Sol, entre Santana da Parnaíba e Águas de São Pedro. Para saber mais, veja o www.caminhasaopaulo.com.br. Uma maneira de conhecer melhor o Brasil. A Biquinha de Anchieta, em São Vicente, é bom exemplo: data de 1553 e era local de catequização