SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Possível candidato a prefeito da capital pelo PSDB no ano que vem, o secretário Alexandre de Moraes (Segurança Pública) montou uma estratégia nesta semana para tentar esvaziar os dados negativos de violência registrados em agosto na Grande SP.
As estatísticas dessa região eram as mais aguardadas, por causa da repercussão da maior chacina do ano no Estado – motivada, segundo as investigações, por vingança de policiais à morte de um colega durante um assalto.
Só esse caso pode ter deixado um saldo de 32 pessoas assassinadas, em uma série de ataques ainda sem nenhum esclarecimento e com PMs como os principais suspeitos.
Essa chacina tem enfraquecido o secretário, já que ações descoordenadas entre as polícias civil e militar, suas subordinadas, comprometeram a busca de provas no início da investigação.
DADOS FATIADOS
Os dados estaduais de violência, antes da chegada de Moraes ao cargo, em janeiro, eram divulgados de uma só vez, no dia 25 de cada mês.
Em sua gestão, porém, os balanços passaram a ser picotados conforme os interesses de divulgação do secretário.
Neste mês, a estratégia de Moraes começou na quarta (23), quando, ao lado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), antecipou as estatísticas de homicídio apenas da capital (com queda no índice), retendo os dados da região metropolitana e do interior.
Ainda na quarta, em nota, a secretaria negou que separe índices positivos dos negativos com essa estratégia.
Nesta sexta-feira (25), porém, Moraes prosseguiu com a manobra, desta vez sem a presença do governador.
Durante entrevista, divulgou à imprensa só os dados acumulados de homicídios de janeiro a agosto, sem detalhes mês a mês. A seguir, o secretário se recusou a informar e comentar os dados de vítimas em agosto na Grande SP. “Eu não tenho, mas nós vamos colocar no site.”
Um minuto após o término da entrevista, todas essas estatísticas específicas da região metropolitana apareceram no site da secretaria.