O bombardeio que atingiu um hospital da organização Médico sem Fronteiras (MSF) em Kunduz, no norte do Afeganistão, pode ser considerado um crime de guerra. Foi isso o que afirmou o chefe do escritório de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad al-Hussein, ao comentar o ataque que deixou pelo menos 19 pessoas mortas.

Em um comunicado, Hussein disse que o “evento profundamente chocante deve ser rapidamente, profundamente e independentemente investigado, e seus resultados devem ser tornados públicos. Ele ainda disse que a seriedade da situação ” é ressaltada pelo fato de que um bombardeio contra um hospital pode ser considerado um crime de guerra, com o incidente sendo “extremamente trágico, sem desculpas e possivelmente até criminoso”.

O MSF, por sua vez, afirmou em nota que todas as partes envolvidas no conflito no país foram informadas sobre a localização precisa do hospital e de outras instalações do grupo, ressaltando que o bombardeio continuou por 30 minutos mesmo após militares dos Estados Unidos e do próprio Afeganistão terem sido informados sobre o que havia acontecido.

Entre os mortos no ataque estão 19 funcionários da organização, quatro pacientes adultos e três crianças. Outras 37 pessoas, entre elas 19 funcionários, ficaram feridas. No momento do bombardeio, 105 pacientes e pessoal sanitário e mais de 80 funcionários internacionais e locais se encontravam no hospital. Na véspera, 59 crianças estavam sendo atendidas no local.

O centro hospitalar, que é de extrema importância para a região e vinha funcionando além de sua capacidade durante os recentes combates entre o exército e os talibãs, que chegaram a assumir o controle da cidade por dias.

Ainda não há confirmação oficial sobre a responsabilidade do ataque, mas a Otan já informou que um ataque aéreo norte-americano “pode ter” atingido o hospital do MSF. O alvo do bombardeio seriam ” pessoas que ameaçavam as forças da coalizão”.