SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A coligação de centro-direita que governa Portugal há 4 anos deve sair vitoriosa das eleições nacionais deste domingo (4), de acordo com duas pesquisas de boca de urna divulgadas após o fim das votações.
O grupo político “Portugal à Frente”, do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, obteve entre 36,4% e 43% dos votos dos eleitores contra algo entre 29,5% e 35% do Partido Socialista, seu maior opositor, apontam as pesquisas.
“Em nome da coligação, estamos aqui para afirmar que todas as projeções apontam que tivemos uma grande vitória nas eleições de hoje”, declarou Marco Antonio Costa, vice-presidente do principal partido da coalizão, o Partido Social Democrata.
Duas das pesquisas, Universidade Católica/Televisão RTP e pela Intercampus/TVI, mostraram que o grupo de Passos pode obter um máximo de 118 das 230 cadeiras do Parlamento, enquanto uma terceira apontou que serão até 108.
Se não conseguir maioria absoluta, a coligação pode ter problemas para governar.
Na reta final da campanha, o principal candidato da oposição e líder do PS (Partido Socialista), António Costa, radicalizou o discurso e deixou claro que, se for derrotado na eleição, tentará uma manobra com outras siglas de esquerda para inviabilizar o novo governo.
Se os socialistas forem derrotados, mas a coligação do atual primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que comanda Portugal há quatro anos, não obtiver maioria absoluta na Assembleia, há espaço para o insólito cenário em que eles “ganham, mas não levam”.
Seria uma situação sem precedentes na história portuguesa, mas o modelo parlamentarista e a Constituição do país dão margem para esse tipo de composição.
A eleição do primeiro-ministro não se dá por voto direto. Os portugueses devem votar em um de seus 14 partidos políticos, e são estes, por sua vez, que elegerão sua lista de candidatos.
Por isso, é possível que uma coligação pós-eleitoral consiga inviabilizar a indicação do primeiro-ministro e até mesmo “travar” o governo em pontos-chave, como a aprovação do Orçamento.