DANIELA LIMA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A oposição reagiu rapidamente à notícia de que o governo vai tentar afastar o relator do processo das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff do julgamento do TCU (Tribunal de Contas da União).
Líderes de partidos como o PSDB e o DEM afirmaram neste domingo (4) que a ofensiva contra o ministro Augusto Nardes revela a face “autoritária” da gestão petista e configura o “primeiro gesto institucional bolivariano” do partido no Brasil.
Líder da minoria na Câmara, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) disse ter visto com “muita preocupação” a iniciativa do governo, anunciada pelo ministro da AGU (Advocacia-Geral da União), Luís Inácio Adams.
“Isso é muito grave, estarrecedor. É a primeira atuação bolivariana institucional do PT dentro do Brasil”, afirmou. “O governo mostra agora a pior face do seu autoritarismo e intolerância. Por trás dessa ação vergonhosa está apenas o temor em ver as contas da presidente rejeitadas”, concluiu.
Líder do DEM, o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) afirmou que o Congresso tem o dever de reagir à ofensiva do governo. “O TCU é um órgão auxiliar do Congresso Nacional. Não podemos e não vamos aceitar esse tipo de intimidação. O Congresso terá que reagir”, afirmou.
APOSTA
O resultado do julgamento das contas da presidente Dilma do ano de 2014 é a principal aposta da oposição para justificar a abertura de um pedido de impeachment contra a petista no Congresso.
O TCU avalia se as contas do governo foram maquiadas por meio de dispositivos como as chamadas “pedaladas fiscais” -uso de dinheiro de bancos públicos para pagamento de despesas da União, como programas sociais.
O governo afirma que Nardes antecipou seu voto, ao dar declarações sobre o processo e que isso seria suficiente para colocar o relator do processo em “suspeição” por “parcialidade” na condução de sua análise.