A conjuntura econômica adversa, os elevados índices de inadimplência e a cautela dos consumidores são as causas principais da expectativa de queda do volume de vendas do comércio curitibano no Natal de 2015. A previsão de queda nominal das vendas é de 3%, devendo chegar a 12% quando corrigida pela inflação de 9,52%. No ano passado, nessa mesma época, a estimativa de vendas indicava o crescimento de 4% em relação ao ano anterior.

Os dados constam da pesquisa ACP/Datacenso, que ouviu entre os dias 28 e 30 de setembro, 200 comerciantes de todos os portes e 200 consumidores (42% homens e 58% mulheres), com faixa etária de 25 anos a 65 anos e renda média mensal variando entre R$ 1.245,00 a R$ 6.222,00.
Os comerciantes entrevistados revelaram que a expectativa superior do volume de vendas está sendo cogitada por apenas 26% deles, ao passo que para 36% as vendas serão iguais às do Natal de 2014 e inferiores para 38%.

Os percentuais indicam que como nas demais datas especiais para o comércio (Dia das Mães, Pais e Namorados, por exemplo), o desempenho esperado para a melhor data do ano para os comerciantes será também deficiente.

Contratações

O quadro desfavorável, segundo os comerciantes, também é retratado pela disposição mostrada por 57% de empresários de não contratar mão de obra temporária para atender a movimentação das lojas no período natalino. No entanto, 43% dos entrevistados manifestaram a intenção de contratar pessoal de reforço para suas equipes.
A pesquisa mostrou também que somente 10% do número total de empregados sazonais devem ser efetivados pelas empresas.

Da parte dos consumidores consultados pelo Instituto Datacenso, 45% anteciparam a decisão de gastar menos dinheiro com presentes de Natal, chegando a 24% deles o percentual disposto a gastar mais do que no ano passado. Para 18% os gastos serão iguais aos de 2014 e 13% não souberam responder.

Para o economista Cláudio Shimoyama, CEO do Instituto Datacenso e responsável técnico pela pesquisa, a retração desenhada para o movimento de vendas de Natal, tanto pelos empresários quanto pelos consumidores confirma a crise econômica que se aprofunda a cada mês, com índices preocupantes de inflação, inadimplência e ameaça de desemprego.