PAULA SPERB SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Detentos da Penitenciária Estadual de Londrina, no interior do Paraná, fazem rebelião desde às 10h30  desta terça-feira (6). Por volta de 2h, muitos presos tentaram fugir do complexo por um buraco nos fundos da prisão. Três deles conseguiram escapar. Um foi recapturado, mas dois permanecem foragidos.

Ao menos um refém foi jogado do telhado da penitenciária durante esta madrugada. Ele foi socorrido por bombeiros e internado, com suspeita de fraturas. Ele não corre risco de morrer. Mais focos de incêndio também ocorreram.
Os detentos tomaram o prédio na manhã de terça (6), por volta de 10h40. Durante a rebelião eles também fizeram reféns.
As negociações para por fim à rebelião foram suspensas na noite de terça. Segundo o diretor do Departamento de Execuções Penais (Depen), Luiz Alberto Cartaxo Moura, as conversas para a liberação dos presos estão avançadas, mas foram interrompidas devido ao horário.

 

Alguns presos foram feitos reféns – por meio de uma análise preliminar das imagens do local, o Depen (Departamento de Execução Penal do Paraná) estima que cinco pessoas sejam mantidas no telhado pelos criminosos, mas os rebelados dizem que são pelo menos 11 reféns. Cerca de 100 familiares de presos estão do lado de fora preocupados. A Polícia Militar (PM) deve retomar ainda nesta manhã de quarta-feira (7) a negociação com os líderes dos presos rebelados . Há informações não oficiais de que poderiam haver pelo menos cinco mortos

 

A Unidade 2 da penitenciária tem capacidade para cerca de 1.100 presos, distribuídos em 30 galerias. O Depen informou que o número de detidos está um “pouco acima da capacidade” do local, mas não falou em números. O departamento ainda não tem informações sobre as motivações da rebelião, que continuava até as 21h. A Secretaria de Segurança Pública do Paraná não se manifestou a respeito. O motim começou por volta de 11h40, e todos funcionários que trabalhavam no local conseguiram sair sem ferimentos. Nenhum deles foi feito refém. Os presos aparecem em imagens com os rostos cobertos e falando em celulares em cima do telhado e nos muros da unidade. O Batalhão de Choque da Polícia Militar cercou o local. Autoridades tentam negociar com os presos o fim da rebelião. No local estão o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, e o juiz da Vara de Execuções Penais, Katsujo Nakadomari.

REBELIÕES NO ESTADO

Em 2014, ocorreram mais de 20 rebeliões no Paraná. Na mais grave delas, na cidade de Cascavel, no oeste do Estado, em agosto, cinco presos foram mortos, dois deles decapitados. Em outubro passado, na cidade de Maringá, no norte do Estado, uma rebelião durou 17 horas. No mesmo município, em dezembro de 2014, outra rebelião durou 48 horas e acabou com três feridos.