No começo do Brasileirão, após a péssima campanha realizada pelo Atlético no Estadual, escrevi que o ano seria longo e difícil para o povo rubro-negro. O elenco, que já era fraco para competições locais, não teria condições de fazer frente às grandes equipes do Brasil.

A diretoria achou por bem mudar o técnico. Logo na sua chegada, Milton Mendes, um misto de gênio e de louco, disse não precisar de reforços para o restante da temporada. Foi tudo o que eles queriam ouvir. Investiram no treinador (bem pouco, pois Mendes ainda não faz parte da elite dos treinadores) e por comodismo desconsideram o restante do cenário. Então, aqueles que administram o futebol atleticano acreditaram que a má fase já havia passado.

Para sorte deles, o time começa muito bem a competição, fruto do trabalho do desacreditado Milton Mendes. Consegue figurar entre os primeiros colocados por várias rodadas. Pronto! Um prato cheio para os chatos de plantão. Todos os entendidos de futebol que navegam pela grande rede se acharam no direito de falar mal e ofender e externar todos os conhecimentos sobre futebol e formação de elenco.

Mas o tempo é o remédio para curar todos os males da vida, inclusive para mostrar como funciona o futebol. Não existe milagre. Não tem como fazer churrasco sem carne, omelete sem ovos. Logo, não se conquistam resultados positivos sem qualidade técnica.

No caso especifico do Atlético, a sua atual colocação na tabela é exatamente aquela que seu elenco tem a condição de estar. Por tudo aquilo que fora investido, o ponto fora da curva foi o time figurar entre os primeiros colocados na disputa de uma vaga para a Taça Libertadores da America.

Por falar em competição internacional, uma das desculpas da má fase do time atleticano no Brasileirão — e para despistar a falta de elenco — é falar da opção pela Copa Sul-Americana. Porem, passar pelo fraco time do Brasília já foi um sacrifício.
Neste momento, com a chegada do Cristóvão Borges, o objetivo é planejar o próximo ano sem deixar de lado a reta final do Brasileiro. A pontuação é preocupante e o time ainda corre riscos de rebaixamento.

Chegamos à reta final da série B e o time do Paraná Clube jogou no lixo mais um ano de trabalho. Já não havia feito uma boa campanha no Estadual, mas seus torcedores estavam na expectativa de um ano bem melhor na competição nacional.
Infelizmente, entra ano e sai ano e as diretorias (independentemente de quem esteja no poder) cometem os mesmos erros. Formar três, quatro times numa temporada e não chegar a lugar algum é no mínimo sinônimo de incompetência.

Como todos sabem, há alguns dias houve eleições no clube tricolor. A esperança dos torcedores é que, com a chegada de novas pessoas ao comando, com umas cabeças mais arejadas e com visão de futuro, que o clube seja reinventado e trilhe novos caminhos.

Há quem diga que é chegada à hora de planejar o ano de 2016. Eu concordo, porém, antes de pensar no próximo ano é necessário alcançar a linha de corte para a permanência na segunda divisão. De nada adianta pensar no futuro e desconsiderar o momento presente.

A partir de agora, conquistar oito pontos em oito jogos é o desafio do time da Vila Capanema. Em alcançando esse objetivo, os comandantes podem pensar no Paranaense e principalmente na volta para elite do futebol brasileiro, um sonho acalentado há mais de sete anos.

Edilson de Souza é jornalista e sociólogo