DÉBORA ÁLVARES BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A ex-senadora Marina Silva evitou manifestar, na tarde desta quinta-feira (8), qual será a postura da Rede Sustentabilidade, seu partido recém-criado pela Justiça Eleitoral, tanto sobre a rejeição do TCU (Tribunal de Contas da União) das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, quanto sobre um eventual processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Vamos analisar todas as denúncias que estão sendo feitas com todo rigor. Temos uma situação inédita. A presidente da República tendo suas contas não aprovadas, a abertura de um processo no TSE quanto a denúncias de irregularidades na sua campanha, e os dois presidentes das duas Casas [Legislativas] igualmente sendo denunciados nas investigações da Lava Jato”. Marina esteve no Congresso Nacional esta tarde para participar do ato de lançamento das bancadas da Rede Sustentabilidade da Câmara e do Senado. “A Rede tem clareza que esse não é o momento para que a gente fique mais preocupado com frases de efeito, mas de olhar com todo senso de responsabilidade cada uma das denúncias. Não vamos ter dois pesos e duas medidas. Esse é um momento em que a sociedade brasileira quer ver um peso e uma medida”. Ela destacou que, passado o julgamento do TCU, caberá ao Congresso a análise das contas da presidente. “A gente se pronuncia no mérito com a avaliação daquilo que é analisado”, completou. Segundo a ex-senadora, a crise vivida pelo país é, em boa parte, consequência do “atraso político”. “Eu dizia desde 2010 que corremos o risco de perder o que conquistamos a duras penas, a estabilidade econômica, a inclusão social e até mesmo fragilizar a democracia por falta de avanço na política. O atraso na política iria propiciar isso”.