SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mísseis de cruzeiro lançados pela Rússia a partir de navios de guerra localizados no mar Cáspio e que deveriam atingir alvos na Síria teriam caído em uma área rural do Irã, segundo funcionários do governo americano.
Duas fontes americanas disseram à Associated Press que até quatro dos 26 mísseis lançados teriam atingido o território iraniano, mas não está claro ainda qual foi seu impacto. Para chegar à Síria, a partir do mar Cáspio, os mísseis precisam percorrer cerca de 1.500 km, cruzando parte do Irã e do Iraque.
O Ministério da Defesa russo respondeu, dizendo que os quatro mísseis atingiram seus alvos, nas províncias do norte e do nordeste da Síria.
“Ao contrário da CNN, não falamos com base em fontes anônimas. Nós mostramos o lançamento de nossos foguetes e os alvos que eles atingiram”, disse o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, à agência Interfax.
Funcionários do governo americano disseram ao “The New York Times” que já era esperado algum tipo de acidente, já que os mísseis Kalibr NK nunca tinham sido usados em combate.
“Este foi o primeiro teste operacional destes em condições operacionais”, disse um dos integrantes do governo dos EUA.
A mídia estatal iraniana não divulgou nada sobre a suposta queda dos mísseis.
NOVA FRENTE
A nova frente de ataque russa à facção radical Estado Islâmico na Síria, a partir do mar Cáspio, teve início na última quarta (7). Numa ação coordenada, forças do ditador Bashar al-Assad também intensificaram as operações terrestres contra os rebeldes que tentam derrubá-lo.
A utilização de mísseis a partir do Cáspio pela Rússia ressalta o agravamento do conflito, que já dura mais de quatro anos, matou 250 mil pessoas e desabrigou quase metade da população do país -um contingente de 11 milhões, 4 milhões dos quais convertidos em refugiados.
Cobrada pelos EUA e outras potências ocidentais por fortalecer Assad, a Rússia já vinha usando bases no mar Mediterrâneo e em áreas da Síria controladas pelo governo.
Em entrevista à TV, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirmou a estratégia “sincronizada” com as forças de Assad, embora seu governo mantenha o discurso de que o foco seja derrubar o EI.