SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo dos Estados Unidos decidiu encerrar o programa de apoio a rebeldes na Síria por reconhecer seu fracasso, disseram autoridades ao jornal “New York Times”.
Espera-se que o Pentágono anuncie oficialmente o fim do programa nesta sexta-feira (9). Durante a manhã, o secretário de Defesa americano, Ash Carter, reuniu-se em Londres com seu homólogo britânico, Michael Fallon, para discutir os conflitos na Síria e no Iraque.
O plano da administração do presidente americano, Barack Obama, custou US$ 500 milhões (R$ 1,9 bilhão) e consistia em oferecer treinamento e equipamentos para grupos de oposição que tentam derrubar ditador Bashar al-Assad. Atualmente, apenas algumas dezenas de rebeldes apoiados pelos EUA atuam na Síria, número incapaz de pressionar o regime sírio para que seja deposto.
Segundo uma autoridade do Departamento de Defesa disse em condição de anonimato ao “NYT”, os EUA encerrariam o recrutamento dos chamados rebeldes sírios moderados para participar de módulos de treinamento na Jordânia, no Qatar, na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos. Ao invés disso, um centro de treinamento menor passaria a operar na Turquia, onde líderes da oposição seriam orientados sobre manobras operacionais como o que fazer em casos de ataques aéreos.
O reconhecimento do fracasso do programa do Pentágono representa mais uma derrota de Obama na guerra civil na Síria. Desde o início do conflito, em março de 2011 no contexto do levante conhecido como Primavera Árabe, sua administração vinha apostando na deposição de Assad. Chegou a ser cogitada uma intervenção militar para forçar a queda do regime sírio, mas resoluções desfavoráveis a Assad foram vetadas nas instâncias internacionais pela Rússia, aliada de Damasco.
Obama já havia sofrido um grande revés na Síria na semana passada após a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de iniciar uma campanha de ataques aéreos em favor de Assad. Embora aleguem atingir apenas alvos de grupos radicais como o Estado Islâmico, as autoridades russas são acusadas pelos EUA de bombardear a oposição moderada, incluindo grupos treinados pelo Pentágono.
Nesta semana, a operação russa tem servido de apoio para uma grande ofensiva terrestre do Exército sírio sobre áreas controladas por rebeldes nas porções central e ocidental da Síria.