GUSTAVO FIORATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Com centenas de pessoas circulando livremente entre as ruas do centro de São Paulo e os saguões que cercam as salas de leitura da Biblioteca Mário de Andrade, a instituição testou, na madrugada deste sábado (10), o projeto de deixar suas portas abertas 24h, “sete dias por semana”, conforme divulgado pelo diretor, Luiz Armando Bagolin.
Na primeira noite, no entanto, o público não teve acesso aos livros da biblioteca, apenas aos espaços contíguos às salas de leitura, que foram dedicados à realização de um sarau intitulado Demasiado Pasolini. Às 23h, a casa já estava cheia (3.500 pessoas haviam confirmado presença no evento pelo Facebook).
No entanto, pelo menos na primeira noite, o acesso ao acervo não era garantido. Um sistema de autoatendimento, que permitirá empréstimos de livros do acervo circulante a qualquer hora, deve ser implantado até o próximo dia 20. Ao todo, as medidas representam um aumento de 25% nas despesas.
Simultaneamente à pista montada em um dos saguões, foram realizadas performances em diálogo com a obra de Pasolini e projeções de filmes. Em “Polvos Poéticos”, do grupo Sensus, artistas usavam tubos de conexão para sussurrar trechos de poemas de Pasolini no ouvido do público.
Bagolin, que estava na Mário de Andrade na sexta à noite, disse à reportagem que a intenção é realizar outros eventos similares, testando aos poucos a possibilidade de abrir o setor de livros ao público. Segundo sua previsão, o projeto estará em funcionamento em dezembro.