SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Palestinos armados com facas e uma arma de fogo e deixaram pelo menos três mortos e dezenas de feridos em uma série de ataques em Israel nesta terça-feira (13), provocando uma nova escalada na mais recente onda de violência entre palestinos e israelenses.
Os ataques desta terça-feira ocorreram durante um “Dia de Fúria” organizado por grupos palestinos, tendo sido convocadas greves e manifestações na Cisjordânia, em Gaza e em Jerusalém Leste.
Em Jerusalém, dois homens invadiram um ônibus e atacaram os passageiros com facas e uma arma de fogo, deixando ao menos 16 feridos e dois mortos, incluindo um homem de 60 anos. Um dos agressores foi morto no local por um agente de segurança e o outro ficou ferido.
Em um outro ataque praticamente simultâneo, um homem invadiu com seu carro um terminal de ônibus na rua Malchei Yisrael, em Jerusalém, e começou a esfaquear pessoas que estavam no local. Ao menos um israelense foi morto e cinco pessoas ficaram feridas.
O movimento radical islâmico palestino Hamas elogiou os ataques em Jerusalém, chamando-os de “operações heroicas”.
Antes dos ataques em Jerusalém, um homem ficou ferido no pescoço após ser esfaqueado por um palestino na cidade de Ranana, ao norte de Tel Aviv. O agressor foi detido em seguida.
Algumas horas depois, também em Ranana, um segundo esfaqueamento deixou quatro pessoas feridas em frente a um hospital. O agressor tentou fugir, mas foi barrado por civis e preso pela polícia.
Os dois agressores foram identificados como palestinos residentes de Jerusalém Leste (território ocupado por Israel em 1967).
Para tentar evitar novos ataques em Ranana, a polícia bloqueou as entradas da cidade.
Em Kiryat Ata, no norte de Israel, um judeu feriu a facas outro israelense. A polícia investiga se o ataque foi um incidente criminal comum ou se teve motivações raciais -relatos iniciais apontavam que o agressor buscava vingança pelos ataques recentes e teria confundido sua vítima com um árabe. O agressor foi detido.
Episódios de tensão também foram registrados na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel, onde grupos de jovens palestinos atiraram pedras e pneus em chamas contra soldados israelenses. O Exército disse ter respondido com “métodos de dispersão de distúrbios”. Fontes hospitalares palestinas registraram que ao menos cinco pessoas ficaram feridas.
As autoridades israelenses têm estudado adotar uma série de medidas para tentar conter a onda de violência, dentre as quais isolar bairros palestinos na periferia de Jerusalém Leste e flexibilizar licenças para o porte de armas. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu convocou uma reunião de emergência com o gabinete de Segurança para esta terça-feira.
Desde o início do mês, ao menos oito israelenses morreram e dezenas ficaram feridas em ataques de palestinos com facas, pedras e armas de fogo. No mesmo período, ao menos 27 palestinos foram mortos por israelenses, incluindo 11 pessoas que morreram após realizarem ataques. Centenas de palestinos ficaram feridos em confrontos com colonos e soldados israelenses.
A crescente tensão entre palestinos e israelenses é vista por alguns analistas como indício de que estaria em curso uma terceira intifada (revolta palestina contra a ocupação de seus territórios por Israel) na região. A Primeira Intifada (1987 a 1993) deixou cerca de 160 israelenses e mil palestinos mortos. Já a Segunda Intifada (2000 a 2005) deixou cerca de mil israelenses e 3.200 palestinos mortos.