Elas parecem coisa do futuro, dos desenhos da família Jetson, mas já estão muito bem inseridas no presente. Se você ainda não se rendeu as cápsulas de café, ainda vai se render. Principallmente se levar em contas os números do setor. Atualmente existem mais de 60 empresas que investem no setor, chamado de monodose. Há um ano, esse número não passava de oito, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). De 2013 para 2014, as cápsulas cresceram 52,4% em volume e 55,5% em vendas, alcançando 660 mil quilos e R$ 90,8 milhões em receita, segundo pesquisa feita pela Nielsen a pedido da Abic.

Um ano. Esse foi o tempo necessário para que a linha Baggio Caps, a caçula da Baggio Café, empresa centenária no cultivo de grãos, se tornasse uma das mais rentáveis. A linha hoje é a primeira em faturamento, representando pouco mais de 20% no portfólio da marca.

O mercado de café em cápsula está em franco crescimento no Brasil. Entre 2012 e 2013, houve um crescimento de 46,5% do produto, segundo uma pesquisa da consultoria Nielsen. Para a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), a estimativa de crescimento encontra-se na faixa de 40% a 50% ao ano. O dia a dia corrido dos brasileiros requer praticidade. Com o café em cápsula, isso é possível. Além da agilidade, oferecemos um produto extremamente nobre, afirma a diretora comercial, Liana Baggio Ometto.

Um dos principais motivos da alta no setor deve-se à popularização do café em cápsulas devido ao fim da patente da Nespresso. Com esse fato, muitas empresas resolveram investir em suas próprias cápsulas, aumentando a competitividade do setor e as opções ao consumidor. Certamente as cápsulas vieram para ficar. Elas são perfeitas, pois além de produzir um excelente café na xícara, são rápidas, práticas e não geram desperdícios, ressalta a empresária.

EMPRESA INVESTE NO SETOR
A Baggio Café iniciou seu investimento no mercado de monodoses no primeiro semestre de 2014. Como se tratava de um período de introdução e ajustes, entre maio e dezembro, foram produzidas 150 mil cápsulas. Hoje, um ano depois, as cápsulas da Baggio já são reconhecidas como uma das melhores opções para a utilização nas máquinas Nespresso e a produção não para de crescer. Iniciamos nosso investimento nas cápsulas com o objetivo de conhecer melhor esse mercado e trabalhar no aperfeiçoamento do produto e nas adaptações necessárias. Hoje, nossas vendas aumentam a cada mês e é um prazer apresentar aos consumidores a maravilhosa experiência provocada por nossas cápsulas, comenta Liana.

A empresa, que já trabalhava com a Linha Gourmet Baggio Caps nas versões Clássico, Suave e Intenso, lançou no mês passado, a linha premium Caffé.com Caps, em uma embalagem inovadora com 12 cápsulas na caixa, proporcionando a melhor relação custo/benefício do mercado. A produção mensal da empresa já chega a 50 mil e a estimativa é fechar o ano com no mínimo 600 mil cápsulas vendidas. E deve vir mais novidade por aí. Em breve, a empresa irá anunciar a produção cápsulas aromatizadas.

EXISTE ATÉ OPÇÃO ORGÂNICA
Para os amantes do café, um produto regional acaba de ser lançado. É o primeiro café orgânico certificado, em cápsulas, comercializado no Distrito Federal. Segundo o produtor Márcio Jório, é um café gourmet, com equilibrado aroma e sabor, pouco ácido e adocicado.

Com formação em Matemática e especialização em Engenharia de Sistemas, Márcio Jório contou com a ajuda da Emater-DF para iniciar a produção de café, na Chapada de Contagem, região do Lago Oeste, no Distrito Federal.

Inicialmente, possuía 30 pés plantados no fundo do quintal para consumo próprio. Como não fazia adubação e não adotava nenhuma técnica de manejo, os pés acabaram morrendo com o tempo. “A partir daí, eu não conseguia mais tomar cafés vendidos nos mercados. Então nasceu o projeto de plantar café orgânico comercialmente”, conta Márcio.

A ajuda da Emater-DF foi importante para o desenvolvimento da produção. “A empresa me ajudou muito. Desde o início tive assistência técnica, já que minha área de conhecimento não tinha nada a ver com o plantio de uma espécie de fins comerciais”, explica.

Hoje, o produtor cultiva variedades como o Catuaí-rubi, Acaiá-cerrado e Iapar 59 em uma área de 1,5 hectares e tem marca própria para comercialização do café torrado em grãos, moído e, agora, em cápsulas.